O Mundo da Saúde (Oct 2006)
Toxicidade de água e sedimentos e comunidade bentônica do estuário do rio Itanhaém, SP, Brasil: bases para a educação ambiental
Abstract
O estuário do Rio Itanhaém situa-se ao sul da Baixada Santista do Estado de São Paulo (23° 50’, 24°15’ S; 46° 35’, 47° 00’ W) em uma área sob intensa pressão de ocupação humana. Embora esse estuário ainda se encontre relativamente pouco degradado, o lançamento de poluentes nos seus corpos hídricos, coloca em risco a vida aquática local, bem como a exploração dos seus recursos pesqueiros. Sabendo-se que os contaminantes possuem tempo de residência limitado na coluna d’água, e que tendem a precipitar no fundo, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade ambiental deste estuário, através de testes de toxicidade com água e sedimento integral, análises físico-químicas e estrutura da comunidade bentônica. A partir destes resultados pretende-se fornecer informações que possam servir como base para a educação ambiental e demonstrar as ameaças representadas pela poluição e de que forma ela pode influenciar sobre o bem estar das populações locais. Foram definidos três pontos amostrais, na região inferior do estuário. A toxicidade e a ausência de fauna no sedimento do Ponto 1 foram atribuídas à granulometria grosseira (falso-positivo), enquanto no Ponto 3 houve indícios de enriquecimento orgânico natural. No sedimento do Ponto 2 observou-se evidências de degradação, pela ocorrência de toxicidade. Quanto à coluna d’água, os parâmetros físico-químicos e os testes de toxicidade indicaram condições satisfatórias. No entanto, a baixa sobrevivência de Nitocra sp no Ponto 1 pode ser um indício de toxicidade, indicando a necessidade de estudos confirmatórios mais detalhados. Além disso, estes resultados podem ser acrescentados como mais um dos argumentos para a educação ambiental na região.