Revista Portuguesa de Cardiologia (May 2020)

Indirect costs of myocardial infarction in Portugal

  • Ana Teresa Timóteo,
  • Miguel Gouveia,
  • Cristina Soares,
  • Rui Cruz Ferreira

Journal volume & issue
Vol. 39, no. 5
pp. 245 – 251

Abstract

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Introduction: Cardiovascular disease, and particularly myocardial infarction (MI), carries a significant economic burden, through productivity losses (indirect costs) associated with temporary absence from work, that has not yet been adequately studied in Portugal. Our objective was to quantify the indirect costs of MI in the first year after admission. Methods: Consecutive patients admitted to a single center aged <66 years who survived to discharge during a one-year period were included. Employment status on admission was assessed and for every employed patient, their monthly wage was estimated from market wage rates taken from the Ministry of Labor database according to gender and age. The duration of temporary absence from work was assessed in follow-up contacts for up to one year. Indirect costs were calculated in this sample and the results were applied to the number of MIs in Portugal during 2016 and separately to ST-elevation MI (STEMI) and non-ST-elevation acute coronary syndrome. Results: A total of 219 patients were included, of whom 66.2% were working. The mean monthly labor cost was 1802 euros. A total cost of 760 521.55 euros was obtained. At national level there were 4133 patients aged <66 years admitted with acute MI who survived to discharge. Costs were higher in STEMI patients and the total indirect cost was estimated at 10.12 million euros. Conclusions: In Portugal, the costs to society of disability-generated productivity losses exceed ten million euros in the first year after MI. Strategies to promote an earlier return to work are needed to lower these costs. Resumo: Introdução: As doenças cardiovasculares, em particular o enfarte do miocárdio (EM), podem causar uma sobrecarga económica por perdas de produtividade (custos indiretos) associadas a ausência temporária do emprego, ainda não suficientemente estudada em Portugal. Foi nosso objetivo quantificar os custos indiretos do EM no primeiro ano após admissão. Métodos: Incluíram-se doentes consecutivos admitidos num único centro com < 66 anos durante um ano e que sobreviveram até à alta. Foi avaliado o estado de emprego na admissão e em cada doente empregado, foi estimado o salário mensal com base em dados de fontes públicas nacionais de acordo com sexo e idade. A duração de ausência de trabalho foi avaliada nos contactos de seguimento até um ano. Os custos indiretos foram calculados nesta amostra e aplicados para o número de EM em Portugal durante o ano de 2016 e separadamente para enfarte com supra-ST (EMST) e síndromes coronárias agudas sem supra-ST. Resultados: Foram incluídos 219 doentes, dos quais 66,2% estavam a trabalhar. O custo mensal médio foi de 1802 euros. Obtivemos um custo total de 760.521,55 euros. A nível nacional, foram admitidos 4133 doentes com < 66 anos com EM que sobreviveram até à alta. Os custos foram superiores nos doentes com EMST e estimámos um custo indireto em Portugal de 10.12 milhões de euros. Conclusões: Em Portugal, os custos para a sociedade das perdas de produtividade condicionados pelas incapacidades excedem os 10 milhões de euros durante o primeiro ano após EM. Devem ser desenvolvidas estratégias para regresso mais precoce ao trabalho para reduzir os custos.

Keywords