Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo (Mar 1997)

Epidemiological and clinical aspects of snAkebite in Belo Horizonte, Southeast Brazil

  • Waleska Teixeira CAIAFFA,
  • Carlos M. F. ANTUNES,
  • Helen Ramos de Oliveira,
  • Carlos Ribeiro DINIZ

DOI
https://doi.org/10.1590/S0036-46651997000200009
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 2
p. 113

Abstract

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Epidemiologic and clinical aspects of 310 hospitalized snakebite patients and 310 matched controls were described, over a seven years period, from an emergency hospital in Belo Horizonte, Southeast Brazil. The diagnosis was based upon clinical picture or actual snake identification. Fifty six percent of victims were bitten by the snakes of genus Bothrops, 32.0% by Crotalus, 1.0% by Lachesis and 10.0% undetermined. During the study period, stable number of cases and marked seasonal variation were noted. In comparing cases of snakebite and controls, those from a rural area or who were involved in agricultural labor activity were identified as a high risk group, with an odds ratio (OR) of 14.7 and 6.7, respectively, in favor of being bitten. Upon treatment, snakebite patients were 13.5 times more likely to have had early anaphylactic reactions than their controls, with a higher association in the age group ³ 20 years (OR = 30.3). Increased risks were also detected for pyrexia (OR = 11.7), with a marked association in the group under 19 years old (OR = 16.6). Severe cases of snakebite are an important treatable cause of morbidity in Brazil but therapy may be potentially life threatening. The higher case-fatality ratio encountered, compared to national statistics may be due the representativeness of the more severe cases who sought hospitalization. Preventing snakebite and early referral of those who are bitten is proposedAspectos epidemiológicos e clínicos de acidentes ofídicos atendidos em hospital referência em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil (1980-1986) Um estudo clínico-epidemiológico, comparando 310 pacientes hospitalizados por acidentes ofídicos (casos) e 310 pacientes hospitalizados por outras causas (controles), pareados por idade e sexo, durante um período de sete anos, foi conduzido em um hospital de emergências em Belo Horizonte, MG. O diagnóstico dos casos foi baseado no quadro clínico ou na identificação do ofídio. Destes, 56% foram vítimas de serpentes do gênero Bothrops, 36% de Crotalus, 1% de Lachesis e 10% de serpentes não identificadas. Durante o período de estudo, apesar de um aparente aumento, o número de casos manteve-se estável do ponto de vista estatístico, porém com marcada flutuação sazonal. Comparando casos e controles, aqueles de origem rural ou relatando atividade agrícola mostraram riscos de acidentes ofídicos, estimado pela "odds" relativa (OR), de 14,7 e 6,7, respectivamente, sendo portanto identificados como um grupo de alto risco. Com relação ao tratamento, casos mostraram um risco de reações anafiláticas precoces 13,5 maior quando comparados aos respectivos controles; este risco subiu para 30,3 no grupo etário ³ 20 anos. Casos apresentaram também um maior risco de pirexia (OR = 11,7), mostrando uma associação mais acentuada no grupo etário menor de 19 anos (OR = 16,6). Embora exista tratamento eficaz contra casos graves de acidentes ofídicos no Brasil, este tratamento pode vir acompanhado de efeitos colaterais importantes, chegando algumas vezes a ameaçar a sobrevivência do paciente. A taxa de letalidade descrita, mais alta que as estatísticas oficiais publicadas, mas consistente com outros trabalhos utilizando dados hospitalares, pode ser devida ao fato de que casos graves tendem a procurar hospitalização. Prevenção de acidentes ofídicos e tratamento precoce dos casos é sugerida

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