Revista Políticas Públicas & Cidades (Jun 2018)

Velhas e novas formações em urbanismo no Brasil: entre a hegemonia e a ruptura de consensos

  • Vinícius Rafael Viana Santos,
  • Luiz Antonio de Souza

DOI
https://doi.org/10.23900/2359-1552v6n1/04
Journal volume & issue
Vol. 6, no. 1
pp. 57 – 76

Abstract

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Considerando necessário identificar como ocorreu a justaposição do campo do Urbanismo ao campo da Arquitetura no Brasil e explicar como essa união alçou o caráter hegemônico que hoje detém, o artigo procura analisar as transformações e permanências responsáveis por estruturar o corpo do conceito de Urbanismo e conferir o caráter mutável que este assume em diferentes contextos históricos e espaciais, utilizando essa base para identificar as formas como estas diferentes definições acompanharam as disputas em torno da exclusividade sobre o exercício profissional do Urbanismo no País. Procura-se também questionar se essa união se encontra embasada numa oferta equitativa de componentes curriculares voltados para os conhecimentos urbanísticos que possa justificar a dupla titulação oferecida nos cursos de graduação em Arquitetura e urbanismo. Por fim, contrapõem-se os resultados encontrados com as novas propostas de formação profissional em urbanismo ofertadas nas universidades brasileiras, sinalizando a dissolução de consensos que essas contém. Para tanto, procede-se a uma abordagem que vai do geral para o específico e utiliza os métodos de procedimento histórico, estatístico e monográfico para chegar aos resultados objetivados. O trabalho conclui que a justaposição do Urbanismo ao campo da Arquitetura não se justifica por relações epistemológicas, mas antes responde a interesses ideológicos, podendo sem prejuízos dar lugar a formações e abordagens que procurem desenvolver o Urbanismo de forma autônoma no Brasil.