Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PREVALÊNCIA DO HIV NA POPULAÇÃO INDÍGENA: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE 2018 A 2023

  • CF Venas-Do,
  • JRA Pereira,
  • LC Godoy,
  • ICDN Maluly,
  • CDN Silva,
  • LM Curro

Journal volume & issue
Vol. 46
p. S132

Abstract

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Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico dos casos de infecção pelo HIV/AIDS na população indígena do Brasil de 2018 a 2023. Materiais e métodos: Realizou-se uma análise epidemiológica descritiva e transversal utilizando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), especificamente do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Foram analisados casos confirmados de HIV/AIDS notificados de 2018 a 2023, considerando a distribuição por região e faixa etária. Resultados: No período estudado, foram registrados 347 casos de HIV/AIDS entre indígenas. A região Norte apresentou a maior proporção de casos (32,5%), seguida pela região Sudeste (19,3%). O perfil predominante foi masculino (76,6%), com a faixa etária mais afetada sendo de 25 a 29 anos (19,6%), seguida por 40 a 49 anos (17,6%). Houve uma queda nas notificações de 2018 a 2020, com uma possível influência da pandemia de COVID-19. Em 2022, foram diagnosticados 56 casos, e em 2023, apenas 28, indicando uma redução de 50% em relação ao ano anterior. A falta de evidências de políticas públicas ou campanhas de prevenção sugere a possibilidade de subnotificação. Discussão: O HIV é um vírus que compromete o sistema imunológico ao atacar os linfócitos T CD4+, resultando em imunossupressão e maior vulnerabilidade a infecções oportunistas. A trombocitopenia é um achado comum nos pacientes com HIV e pode ser um dos primeiros sinais da infecção. A transmissão do HIV ocorre globalmente e afeta diferentes grupos populacionais, incluindo a população indígena, que enfrenta disparidades sociais, econômicas e culturais. A falta de acesso adequado aos serviços de saúde e as dificuldades específicas enfrentadas por esses grupos contribuem para uma maior vulnerabilidade à infecção. A análise revelou uma ausência de dados atualizados e uma rede de assistência insuficiente para essa população. Conclusão: A escassez de políticas de saúde específicas e a precariedade dos serviços de atenção para os povos indígenas resultam em uma limitada compreensão da dimensão da infecção pelo HIV entre esses grupos. Há uma necessidade urgente de aumentar as políticas públicas voltadas ao tratamento, conscientização, diagnóstico e prevenção do HIV na população indígena, além de melhorar a rede assistencial e a coleta de dados para abordar efetivamente a epidemia.