Pós: Revista do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAUUSP (Sep 2014)

Casa Valéria Cirell e o nacional-popular

  • Edite Galote Carranza

Journal volume & issue
Vol. 21, no. 35

Abstract

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Decorridos mais de vinte anos da morte da arquiteta italiana, naturalizada brasileira, Achillina di Enrico Bo Bardi (Lina Bo), seu trabalho continua presente e despertando interesse de artistas, arquitetos e pesquisadores, nacionais e internacionais. As recentes exposições “O interior está no exterior”, na Casa de Vidro, de curadoria do suíço Hans Ulrich Obrist, e a “Sesc Pompeia: 30 anos”, com a reedição de “Cidadela da Liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompeia”; os livros “Sutis substâncias da Arquitetura”, de O. Oliveira, decorrente de pesquisa de doutorado sobre a obra da arquiteta, e “Lina por escrito: Textos escolhidos de Lina Bo Bardi”, organizado por S. Rubino e M. Grinover; ou, ainda, o nome da arquiteta citado sete vezes no prefácio de J. M. Montaner ao livro “Brasil: Arquiteturas após 1950” confirmam o interesse e sinalizam que ainda há muito a ser investigado em seu trabalho de crítica, design, cenografia e Arquitetura, repleto de subjetividade artística, ideais e filosofia de fundo. Entre suas obras arquitetônicas, a Casa Valeria Cirell, 1958, em São Paulo, merece atenção especial, embora seja menos lembrada que o Masp ou o Sesc Pompeia, dois exemplos de sucesso de público e crítica. Este artigo tem como objetivo analisar a casa e sua estreita relação com o conceito de nacional-popular, a fim de iluminar o entendimento da obra, a qual é um exemplar de sua Arquitetura alternativa ao status quo, bem como outras atividades da arquiteta, por estarem intimamente relacionadas às transformações socioculturais brasileiras e à “filosofia da práxis” de Antonio Gramsci.

Keywords