Revista Brasileira de Saúde Ocupacional ()

A formação profissional e a perceção de saúde mental dos trabalhadores: estudo comparativo em situação de (des)emprego

  • Joaquim Eurico Valentim Oliveira,
  • José Fernando Vasconcelos Cabral Pinto,
  • Rita Manuela de Almeida Barros

DOI
https://doi.org/10.1590/0303-7657000068912
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 129
pp. 111 – 118

Abstract

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Introdução:a atual reconfiguração do mercado de trabalho surge no contexto da emergência de novas realidades económicas, históricas e sociais, pautadas pela complexidade, incerteza, aceleração e imprevisibilidade.Objetivo:face às exigências de adaptação psicossocial implícitas nesse contexto, o presente estudo pretendeu diferenciar a auto perceção dos trabalhadores no que concerne à sua saúde mental, em função da frequência em programas de formação profissional, quer se trate de trabalhadores em situação de emprego ou de desemprego.Métodos:Para o efeito, foram inquiridos 210 sujeitos. Na avaliação da autoperceção de saúde mental foi utilizada a adaptação portuguesa do General Health Questionnaire (G.H.Q.- 28).Resultados:os resultados evidenciaram diferenças significativas no que concerne à autoperceção de saúde mental dos trabalhadores em função da sua frequência em programas de formação profissional, mostrando melhor situação entre os que frequentam cursos, sejam homens ou mulheres (t=-4,503; p<0,001 e t=-4,737; p<0,001), empregados ou desempregados (t=-5,551; p<0,001 e t= -2,458; p<0,05). Verificou-se ainda que os trabalhadores empregados que continuaram a aderir a ofertas de formação profissional, apresentam uma auto perceção de saúde mental significativamente mais favorável (t=-5,138; p<0,001).Conclusão:os resultados permitem supor que o envolvimento dos trabalhadores em acções de formação profissional funciona como elemento protetor da sua saúde mental.

Keywords