Brazilian Journal of Infectious Diseases (Sep 2022)

ANÁLISE DA POSITIVIDADE E TÍTULOS DE NEUTRALIZAÇÃO EM PVHIV E CONTROLES NÃO VACINADOS COM IGG POSITIVO PARA SARS-COV-2

  • Lucas Chaves Netto,
  • Camila Melo Picone,
  • Carolina dos Santos Lazari,
  • Ana Paula P.S. Alves,
  • Patricia da Silva S. Parmejani,
  • Francisco Jones,
  • Esper G. Kallas,
  • Vivian Iida Avelino-Silva

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 102497

Abstract

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Introdução: Testes de neutralização têm se tornado a principal referência para avaliar proteção após exposição ao SARS-CoV-2 ou após a vacinação. Alguns estudos sugerem que pessoas que vivem com HIV (PVHIV) têm menor probabilidade de soroconversão após a vacinação para COVID-19, porém a resposta humoral após infecção natural é pouco conhecida. Objetivo: Avaliar a positividade e títulos de anticorpos neutralizantes em PVHIV e controles com IgG positivo identificados no Estudo Prevent, realizado antes da implementação das vacinas para COVID-19 no Brasil. Método: O Estudo Prevent incluiu PVHIV sob tratamento ARV e contactantes próximos sem diagnóstico de infecção por HIV acompanhados por 120 dias com avaliação clínica semanal e avaliação sorológica (IgM/IgG) ao início (TS1) e final (TS2) do seguimento, entre abril/2020 e janeiro/2021. Todas as amostras com IgG reagente (+) foram submetidas a um teste correlato de anticorpos neutralizantes (TCAN). Resultados: Um total de 74 amostras tiveram IgG reagente; entre PVHIV, 9 tiveram TS1+ e TS2 não reagente (NR); 14 tiveram TS1+ e TS2+; e 18 tiveram TS1 NR e TS2+. No grupo controle, 6 tiveram TS1+/TS2 NR; 5 tiveram TS1+ e TS2+ e apenas 2 tiveram TS1 NR e TS2+. Quanto à avaliação do TCAN, houve positividade em 39/56 (69%; IC95% 56-81) amostras de PVHIV, e em 14/18 (78%; IC95% 52-94) amostras de controles. 21 amostras foram positivas no TS e negativas no TCAN (17 PVHIV e 4 controles) além de 1 amostra TNeutrAc indeterminada após TS positivo (PVHIV). Embora as medianas de porcentagens de neutralização tenham sido mais altas entre controles em relação a PVHIV tanto nas amostras iniciais quanto ao término do estudo, essa diferença não atingiu significância estatística. Conclusão: Testes de neutralização para SARS-CoV-2 ainda possuem aplicabilidade e interpretação controversos. Entretanto, até o momento consistem na metodologia mais aceita para avaliar níveis de proteção contra o vírus. Nossos resultados sugerem tendência a resposta neutralizante inferior entre PVHIV comparadas com controles.