Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Dec 1992)

Estudo radiológico longitudinal do esôfago, em área endêmica de doença de Chagas, em um período de seis anos

  • Cleudson Castro,
  • Vanize Macêdo,
  • Jofre M. Rezende,
  • Aluízio Prata

Journal volume & issue
Vol. 25, no. 4
pp. 225 – 230

Abstract

Read online

Foi realizado estudo longitudinal de seis anos através do esofagograma, em 494 pessoas do projeto Mambaí, das quais 212 (43%) eram soropositivas. O estudo realizado em 1975176 e 1980/82 constou em ambas as ocasiões, de duas abreugrafias do esôfago: a primeira, imediatamente após a ingestão de 75ml de solução baritada e outra 60 segundos após. Entre as 201 pessoas soropositivas normais no primeiro estudo, foram encontrados 4 (2%) casos novos de megaesôfago do Grupo I, e entre as 11 com megaesôfago, 2 dos Grupos I e 11 evoluíràm, respectivamente, para os Grupos II e IV, indicando progressão da esofagopatia em 2,8% (6/212) dos soropositivos. Quatro pessoas com megaesôfago do Grupo I apresentaram esofagograma normalno segundo exame radio lógico, com aparente "regressão "da esofagopatia. Chama a atenção a existência de 10 pessoas com esofagogramas duvidosos no primeiro exame e, outras seis no segundo, sendo 75 % delas soropositivas. Este achado pode estar indicando o esofagograma duvidoso como um marcador precoce da esofagopatia.A longitudinal study over six years was undertaken of 494 residents of the municipality of Mambaí, Goiás. Two hundred and twelve (43%) were seropositive in 1975/76 and 199 of 464 of the same patients group, positive in 1980/82 (42.8%). At both examination single radiographs of the oesophagus were obtained immediately after ingestion of 75ml of barium sulphate solution and a second X-ray taken one minute later. Among the 201 seropositive patients without megaesophagus in the first study 4 (2%) evolved megaesophagus during the six years of observation. During this time, using Rezende's classification, patients with established megaesophagus, changed their group in the following manner. Only one Group I patient changed to group II. Only one group II patient progressed to group IV. Progress of megaesophagus in the affected patients ocurred in 2.8% of 212 patients. Also four patients with grade I megaesophagus initially had a normal oesophagogram on the follow up examination. Ten patients had doubtful oesophagogram initially and six on follow up, 75% of these patients were seropositive. This study could indicate that a doubtful oesophagogram is an early sign of megaoesphagus.

Keywords