Brazilian Journal of Infectious Diseases (Jan 2022)

IMPACTO DA VACINAÇÃO EM MASSA DE TRABALHADORES DA SAÚDE NO AFASTAMENTO DE SUAS ATIVIDADES LABORAIS PELA COVID 19 EM UM HOSPITAL TERCIÁRIO.

  • Simone Lopes de Almeida Pifano,
  • Cristiane Marcos Soares Dias Ferreira,
  • Aline Martins Vieira Muniz Miranda,
  • Brenda Barros Xavier,
  • Bruna Silveira Almeida,
  • Cristina de Souza Montes Barcelos,
  • Cristina Nantes Miranda,
  • Magda Josi Rodrigues da Silva,
  • Marco Aurelio Moreira Vieira,
  • Pollyanna Aparecida de Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 26
p. 101798

Abstract

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Introdução/Objetivo: A vacinação em massa é uma ferramenta eficaz para o controle de doenças transmissíveis, conhecida de longa data. Diante da iminência de uma doença nova, de transmissão predominantemente respiratória, causada por um vírus que se disseminou rapidamente, esforços para descoberta e produção de vacinas foram estimulados pelo mundo. No Brasil, com a colaboração de instituições internacionais, duas vacinas foram liberadas inicialmente para uso emergencial pela ANVISA, são elas CORONAVAC (Butantan) e Oxford/ AstraZeneca (Fiocruz). Nosso objetivo foi avaliar a efetividade das vacinas em promover a redução do afastamento do trabalhador da saúde da Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora (SCMJF) pela COVID 19, após a vacinação em massa dos funcionários da instituição. Métodos: Foram avaliados o número de afastamentos pela COVID19, confirmados laboratorialmente por RT PCR, no período de 01/03/2020 a 31/08/2021 na SCMJF, através de dados retroativos fornecidos pelo Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho (SESMT). Resultados: a SCMJF é um hospital terciário, que possui aproximadamente 500 leitos SUS e convênios, com 2.465 funcionários ativos em regime de CLT e que promoveu a vacinação de 2.145 funcionários, que corresponde a aproximadamente 87% dos colaboradores CLT, com 2 doses de CORONAVAC no período de 28/01/2021 a 19/02/2021, na própria instituição. Nos meses de novembro 2020 a janeiro de 2021 tivemos o maior número de afastamento do trabalho pela COVID 19, totalizando 232 afastamentos (9,4% do total de funcionários), posteriormente nos meses de fevereiro, março e abril de 2021 foram 80 afastamentos (3,2%), em maio, junho e julho de 2021 foram afastados 49 funcionários (2%), já no mês de agosto de 2021 foram 11 trabalhadores afastados (0,4%), todos com confirmação laboratorial. Não houve óbito por causa relacionada a COVID 19 de trabalhadores vacinados de janeiro a agosto de 2021, exceto um funcionário que não trabalhava no setor de assistência direta a pacientes e optou por não ser vacinado. Conclusão: Concluímos que após a vacinação houve redução evidente dos afastamentos do trabalho de funcionários da instituição pela COVID 19, ainda que a pandemia se mostrasse expressiva no Brasil e que as demais medidas relacionadas a prevenção da doença tenham sido, desde o início, estimuladas no hospital. Estes dados corroboram para mostrar a ação da vacinação no combate às doenças infecciosas.