Galicia Clínica (Jun 2016)

As hérnias medem-se aos palmos?

  • Cátia Pereira,
  • Tânia Afonso,
  • Sofia Moura

DOI
https://doi.org/10.22546/36/861
Journal volume & issue
Vol. 77, no. 2
pp. 82 – 82

Abstract

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Apresenta-se o caso de uma doente do sexo feminino com 74 anos, autónoma, com antecedentes patológicos de obesidade, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial e doença osteoarticular degenerativa, que recorreu à urgência por infeção respiratória inferior. Negava sintomas gastrointestinais ou antecedentes cirúrgicos. Ao exame objetivo, destacava-se a presença de uma hérnia umbilical volumosa não dolorosa à palpação, mas que condicionava a sua mobilidade, sendo impossível a redução do conteúdo herniário. Após insistência na anamnese, a doente referiu o seu aparecimento na infância, na altura com recusa em efetuar a sua correção cirúrgica, tendo sido perdido o seu seguimento posteriormente. A radiografia e a tomografia computorizada abdominais mostraram um colo herniário de seis centímetros de diâmetro e herniação de praticamente todo o intestino delgado e parte do cólon, sem evidência de encarceramento (Figuras 1 e 2). Apesar de décadas de evolução condicionarem um progressivo e forte impacto nas atividades da vida diária, a doente não procurou os cuidados de saúde por esse motivo, mantendo a sua decisão e sendo encaminhada para a consulta externa. As complicações herniárias abdominais incluem a obstrução intestinal e a temida emergência cirúrgica da hérnia encarcerada, não se desprezando a morbilidade inerente, bem evidente neste caso.1-2

Keywords