Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2021)

PORCENTAGEM DE BLASTOS PERIFÉRICOS EM LEUCEMIAS AGUDAS: ASSOCIAÇÕES QUANTO AO TEMPO CUMULATIVO DE ANTIBIOTICOTERAPIA

  • GF Sá,
  • ACNR Lima,
  • AVB Araújo,
  • DG Britto,
  • ER Meneses,
  • JVA Silva,
  • LCC Temoteo,
  • MFT Abreu,
  • MM Maciel,
  • DS Oliveira

Journal volume & issue
Vol. 43
pp. S172 – S173

Abstract

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Objetivos: Analisar a relação da contagem de blastos em sangue periférico (CBP) com o tempo cumulativo de antibioticoterapia em pacientes com leucemia aguda (LA). Material e métodos: A presente produção foi elaborada a partir de um estudo transversal retrospectivo, dos anos 2010 a 2012 com casos de leucemias agudas em serviço público terciário em Fortaleza, CE. Os dados foram coletados de prontuários, e compilados para análise bioestatística. Resultados: Foram coletados 21 prontuários, sendo 57,1% (12) destes de pacientes diagnosticados com leucemia mieloide aguda (LMA) e 42,9% (9) com leucemia linfoide aguda (LLA). Nos registros analisados, a porcentagem de blastos periféricos variou de 0 a 91%, com mediana de 32%. Tendo sido definida, como variável dependente, o tempo em dias cumulativos de uso de antibiótico (DCA), ao realizar-se a análise de regressão linear multivariada (RLMV), verificou-se que a contagem de blastos no sangue periférico ao diagnóstico relacionou-se com o aumento do DCA, juntamente com idade, hemoglobina, leucócitos, contagem absoluta de neutrófilos, plaquetas, alanina transferase, aspartato transferase albumina, lactato desidrogenase, neutropenias febris, concentrado de hemácias e concentrado de plaquetas (CP). Entre essas variáveis, tiveram significância clínica (R2 > 0,5) e estatística (p-valor < 0,05) contagem de blastos no sangue periférico ao diagnóstico e o número de CP utilizados. Ademais, na RLMV utilizando somente esses parâmetros, obtiveram significância estatística o CP (p-valor = 0,016) e a contagem de blastos periféricos (p-valor = 0,039), mas não significância clínica (R2 = 0,34). Discussão: Com base nos resultados desse estudo, constatou-se que nenhuma das variáveis estudadas conseguiu prever, adequadamente, o comportamento do DCA de forma isolada. Contudo, a CBP acima de 50% esteve associada positivamente com o aumento do DCA. Em um estudo realizado em população pediátrica com LA, demonstrou-se que o aumento da carga tumoral, considerado no estudo como o aumento do LDH, esteve associado ao pior desfecho, especialmente com o aumento de chance de eventos infecciosos. A influência positiva no valor do DCA pela carga de blastos no sangue periférico pode ser um marcador desse efeito na população avaliada no nosso estudo. Conclusão: Desse modo, é possível concluir que a porcentagem de blastos periféricos obteve significância estatística, juntamente com outras variáveis hematológicas, mas sem relevância isoladamente. Nesse sentido, é possível delinear uma relação desse dado inicial com futuras complicações no tratamento. Devido ao número reduzido de casos, é necessária uma maior quantidade de dados e estudos para se obter uma melhor análise dessas variáveis.