Contexto & Educação (Mar 2024)

A escolarização na Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (RS): processos de subjetivação

  • Anelise Maria Belinaso,
  • Maria Simone Vione Schwengber

DOI
https://doi.org/10.21527/2179-1309.2024.121.14275
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 121

Abstract

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O acesso e a permanência da escolarização compreendemos como fundamentais para a formação dos sujeitos na sociedade contemporânea. Quando, entretanto, a família e/ou rede primária de socialização não possuem capital cultural e econômico, tampouco oferecem a devida atenção à escolarização dos filhos, e ainda quando a escola regular exclui, a rua, ou melhor, um conjunto de abandonos, acabam, muitas vezes, produzindo as primeiras ligações com o mundo do crime. Neste artigo discutiremos os processos de subjetivação a partir da experiência da escolarização oferecida pelo NEEJA, na Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí (RS), às pessoas em situação de privação de liberdade. A pesquisa foi desenvolvida a partir das narrativas de vida de três sujeitos em processo de escolarização na citada Penitenciária. Nosso movimento de análise mostra que a escolarização na escola prisional contribui para a construção da subjetividade de sujeitos como capazes de aprender, de compreender o mundo dos conhecimentos e dos saberes científicos, e ainda produz uma certa minimização da experiência de exclusão e de discriminação social sofrida na escola regular, uma ressignificação das experiências escolares anteriores às da penitenciária. Contribui, também, para a humanização e a formação desses sujeitos na perspectiva da inclusão do detento, e por último propõe uma integração social, de emprego, de laços sociais, de relacionamentos e de reconhecimento de dignidades como indivíduos capazes de aprendizagens. Palavras-chave: educação prisional; escolarização; processos de subjetivação; sistema prisional

Keywords