Cadernos de Saúde Pública (Jul 1998)

Atenção pré-natal em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, 1993 Prenatal care in Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, 1993

  • Ricardo Halpern,
  • Fernando C. Barros,
  • Cesar G. Victora,
  • Elaine Tomasi

DOI
https://doi.org/10.1590/S0102-311X1998000300004
Journal volume & issue
Vol. 14, no. 3
pp. 487 – 492

Abstract

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Todos os 5304 nascimentos ocorridos nos hospitais de Pelotas, RS, em 1993, foram estudados. As crianças foram examinadas e suas mães entrevistadas através de um questionário estruturado, onde foram levantadas informações sobre condições demográficas, sócio-econômicas, história reprodutiva e assistência pré-natal. Quase a totalidade das mulheres (95%) realizou acompanhamento durante a gestação. O número médio de consultas foi de 7 e a maioria das mulheres (85%) iniciou o pré-natal antes do quinto mês de gestação. A ausência ao pré-natal foi maior entre as mulheres mais pobres, na maioria adolescentes ou com idade acima de 40 anos. A incidência de baixo peso ao nascer, no grupo que não fez pré-natal, foi de 2,5 vezes maior comparado com as mães que realizaram cinco ou mais consultas. Da mesma forma o coeficiente de mortalidade perinatal foi três vezes maior (50,6/1000) entre as mães que não realizaram pré-natal e aquelas que consultaram 5 ou mais vezes (15,8/1000). Em relação ao risco gestacional que as mães apresentavam, o estudo mostrou uma inversão nos cuidados, já que um quarto das mulheres de alto risco receberam uma atenção pré-natal considerada adequada, enquanto esta proporção era menos de 10% nas mães de risco gestacional mais baixo. Este estudo sugere a necessidade de modificações no atendimento pré-natal, com estratégias bem definidas para aquelas pacientes com alto risco gestacional.All 5304 births in the hospitals of Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil in 1993 were studied. Neonates were examined and their mothers were interviewed regarding sociodemographic conditions, family income, reproductive health, and medical care during pregnancy. Ninety-five per cent of women received prenatal care. The mean number of physician visits during pregnancy was 7 and the majority of the women (84.7%) began visits before the fifth month of pregnancy. Women who did not receive prenatal care were from the lowest socioeconomic stratum and were mostly adolescents or over 40 years of age. Incidence of low birth weight in this group was 2.5 times that of the group with more than five visits (p>0.001). Perinatal mortality rate was 50.6/1000 in the group without prenatal care and 15.8/1000 in the group with more than five visits. With regard to utilization of health care, the study shows that twenty-five per cent of women with high gestational risk received inadequate prenatal care. The rate was less than 10% in the group of women with low gestational risk. These results suggest the need for improvement in the quality of prenatal care with special attention for mothers with high gestational risk.

Keywords