Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery (Oct 1997)
Miniesternotomia: um acesso seguro para a cirurgia cardíaca
Abstract
Atualmente, na constante busca de minimizar o tempo de intemação hospitalar e melhorar a recuperação no pós-operatório, várias altemativas cirúrgicas têm sido aventadas. Iniciamos o uso da estemotomia parcial como acesso para diversos tipos de operações cardíacas. O presente trabalho tem como objetivo apresentar a evolução hospitalar dos pacientes operados através desta técnica. No período de novembro de 1996 a março de 1997, estudamos 51 pacientes operados através da esternotomia parcial. A idade média foi de 46,8 anos, sendo 26 pacientes do sexo feminino. Os procedimentos mais realizados foram o tratamento cirúrgico valvar e as revascularizações miocárdicas. O acesso utilizado para os pacientes com lesões valvares foi a esternotomia parcial em "T" invertido no segmento superior do esterno; para outras lesões, uma esternotomia em "T" no segmento inferior e, pela dificuldade técnica imposta nas re-operações e nos procedimentos múltiplos, utilizou-se uma terceira variação, que foi a esternotomia parcial em "H" deitado, estendendo-se no corpo esternal do primeiro ao quarto espaço intercostal. O comprimento médio da incisão de pele foi de 9,9 cm. Foram realizadas 19 incisões em "T", 17 em "T" invertido e 15 em "H" deitado. O tempo médio de ventilação mecânica foi de 2,8 horas, de permanência na UTI de 31,5 horas e de internação hospitalar de 5,9 dias. Não houve complicação diretamente relacionada com o acesso e em apenas 1 caso foi necessária a conversão para a esternotomia total. Analisando a evolução destes 51 pacientes, pudemos concluir que a esternotomia parcial é um acesso seguro para o tratamento cirúrgico de diversas cardiopatias, isoladas, associadas ou re-operações. Traz um resultado estético favorável e facilita a recuperação no pós- operatório, devendo fazer parte do repertório de todo o cirurgião cardiovascular.Recently, in the constant search for shortening hospital stay and emproving postoperative recovery, many surgical alternatives have been used. We started the use of a partial sternotomy as an approach to different types of cardiac operations. This paper aims to show the hospital outcome of patients submitted to this technique. From November 1996 to March 1997, 51 patients who underwent partial sternotomy were studied. The mean age of the patients was 46.8 years with 26 females. The most common procedures were valve surgeries followed by myocardial revascularization. The approach used in the patients with valve pathologies was a partial sternotomy in an inverted "T" incision in the superior segment of the sternum, for other pathologies a sternotomy in a "T" incision in the inferior segment was the choice and due to technical difficulties imposed by reoperations and in multiple procedures a third variation, partial sternotomy in an "H" incision was used. In the latter, the sternum was cut from the first to the fourth intercostal spaces. The average size of the skin incision was 9.9 cm. There have been 19 "T" incisions, 17 inverted "T" incisions and 15 "H" incisions. The average assisted ventilation time was 2.8 hours, the average ICU stay was 31.5 hours and the average hospital stay was 5.9 days. No complications resulted directly from the approach itself and in only one case was conversion to total sternotomy necessary. After analyzing the outcome of these 51 patients, we can conclude that partial sternotomy is a safe approach for the treatment of several isolated or associated heart diseases reoperations. It achieves a favorable aesthetic result and achieves postoperative recovery. Therefore, it should be part of every heart-surgeon's repertoire.
Keywords