Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Apr 2008)

Importância do exame do liquor de controle em meningite bacteriana como critério de alta Importance of cerebrospinal fluid control tests in bacterial meningitis cases as a discharge criterion

  • Diogo Buarque Cordeiro Cabral,
  • Phelipe Cunha Bezerra,
  • Demócrito de Barros Miranda Filho,
  • Maria de Fátima Magalhães Acioly Mendizabal

DOI
https://doi.org/10.1590/S0037-86822008000200011
Journal volume & issue
Vol. 41, no. 2
pp. 189 – 192

Abstract

Read online

Há controvérsias sobre indicação do exame do liquor de controle em pacientes recuperados clinicamente de meningite bacteriana como critério de cura. Alguns autores defendem alta hospitalar após normalização clínica e liqüórica, outros que a análise do liquor não se justifica em todos os pacientes. Esta série de casos com comparação de grupos investiga alterações no exame liqüórico de controle e avalia a importância do exame na decisão da alta. De 297 pacientes estudados, em 89,9%, o liquor de controle não mudou a intenção de alta (liquor resolutivo), já em 10,1% a alta foi suspensa (liquor não-resolutivo). Destes, o esquema antibiótico foi trocado em 30%. Entre as variáveis que pudessem ser preditivas de liquor não-resolutivo, à admissão, proteinorraquia maior que 100mg/dL (p=0,04) e glicorraquia menor ou igual a 20mg/dL (p=0,03) associaram-se a chance 2,5 vezes maior, podendo ser úteis como critérios para indicar exame do liquor como controle de cura para alta.There is controversy regarding indications for cerebrospinal fluid control tests on patients who have clinically recovered from bacterial meningitis, as a cure criterion. Some authors advocate discharge after confirmation of clinical and cerebrospinal fluid normalization, while others maintain that cerebrospinal fluid analysis is not justified in all cases. This case series with group comparisons investigated changes seen in cerebrospinal fluid control tests and evaluated the importance of this for the discharge decision. Out of 297 patients studied, the cerebrospinal fluid control test did not change the discharge intention in 89.9% of the cases (healed cerebrospinal fluid), while in 10.1%, the discharge was suspended (non-healed cerebrospinal fluid). Of these, the antibiotic scheme was changed in 30%. Among the variables that might predict the presence of non-healed cerebrospinal fluid on admission, cerebrospinal fluid protein levels higher than 100mg/dl (p = 0.04) and glycorrhachia lower than or equal to 20 mg/dl (p = 0.03) were associated with a 2.5-times greater chance. These may be useful as criteria for indicating cerebrospinal fluid control tests before discharge.

Keywords