Travessias (Apr 2025)

“O único caminho que conheço é o de volta”

  • Sara Reis Teixeira,
  • Marcos Ribeiro de Melo

DOI
https://doi.org/10.48075/rt.v19i1.34936
Journal volume & issue
Vol. 19, no. 1

Abstract

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Este artigo se produz na composição metodológica de uma etnocartografia de tela com o filme “Onde fica a casa do meu amigo?” (1987), em que se tensiona o entendimento sobre infâncias iranianas no cinema de Abbas Kiarostami. Com a etnocartografia de tela, o filme é um território intensivo potencializado em narrativas que trazem a infância como protagonista: são imagens que tensionam os modos mais enrijecidos de se conceber o campo de pesquisa. Com a abertura atencional, saberes sobre as infâncias do sul global são interpeladas pelas questões identitárias, a invenção de valores tradicionais, a educabilidade dos corpos infantes, e a inauguração da potência dos encontros intergeracionais. Em face a conclusões, apresenta-se uma aposta ético-estético-política em pequenas desobediências infantis, esgarçadas num fio de voz do emocionar-se, na duração da vida que não se faz na sua longitude, mas em uma cartografia em zigue-zague, em caminhos e (des)caminhos, tateando mais perguntas que respostas à infância.

Keywords