Iheringia: Série Zoologia (Mar 2009)

Microsatellite genotyping from faeces of Lontra longicaudis from southern Brazil Genotipagem através de microsatélites extraídos de amostras fecais em Lontra longicaudis do sul do Brasil

  • Laura I. Weber,
  • Cintia G. Hildebrand,
  • Anderson Ferreira,
  • Gustavo Pedarassi,
  • José A. Levy,
  • Elton P. Colares

DOI
https://doi.org/10.1590/S0073-47212009000100001
Journal volume & issue
Vol. 99, no. 1
pp. 5 – 11

Abstract

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A genetic study of the neotropical river otter Lontra longicaudis (Olfers, 1818), which has an unknown conservation status, was carried out at the Taim Ecological Station and the margins of the Vargas stream, Rio Grande do Sul, southern Brazil. Faecal samples were collected, and DNA was extracted using a silica-guanidine method. Five microsatellite loci were amplified using PCR with heterologous primers previously described for Lutra lutra (Linnaeus, 1758). Sixteen faecal samples out of 29 from Taim and 11 out of 14 from Vargas stream margins contained enough DNA for genetic analysis. A total of 49 different alleles were found at both localities, from which 18 were exclusively found in individuals from Taim and 17 were exclusives from Vargas individuals. The most common allele was the same at both locations for three loci (Lut715, Lut733, and Lut818). A high level of genetic diversity was found at both sites (NeTaim=4.1, HoTaim=0.299, HeTaim=0.681; NeVargas=4.9, HoVargas=0.355, HeVargas=0.724), being higher at the Vargas stream site. A high and significant level of heterozygote deficiency was observed at most loci according to the χ2 test. The homogeneity χ2 test (PA lontra neotropical de rio Lontra longicaudis (Olfers, 1818), cujo estado de conservação é ainda desconhecido, foi estudada geneticamente na Estação Ecológica do Taim e nas margens do arroio Vargas, RS, sul do Brasil. Amostras de fezes foram coletadas e o DNA foi extraído por um método de sílica-guanidina. Cinco locos de microsatélites foram amplificados por PCR utilizando primers heterólogos previamente descritos para Lutra lutra (Linnaeus, 1758). Dezesseis amostras de fezes de um total de 29 coletadas no Taim e onze das 14 obtidas no arroio Vargas contiveram DNA suficiente para prosseguir com a analise genética. Um total de 49 alelos foram obtidos, dos quais 18 foram exclusivos de indivíduos do Taim e 17 exclusivos dos indivíduos do arroio Vargas. Em três locos (Lut715, Lut733 e Lut818) os indivíduos das duas localidades compartilharam o alelo mais comum. Foi encontrada uma alta diversidade genética (NeTaim=4,1; HoTaim=0,299; HeTaim=0,681; NeVargas=4,9; HoVargas=0,355; HeVargas=0,724), sendo esta maior no arroio Vargas. Uma alta e significativa deficiência de heterozigotos foi observada em quase todos os locos de acordo com o teste do χ2. O teste do χ2 de homogeneidade genética (P<0,001) mostrou diferenças significativas entre as freqüências alélicas das duas localidades. A genotipagem para mais de um loco foi possível em 81,5% das amostras, sendo que somente em 37% destes foi possível a genotipagem para mais de três locos. Foi encontrado um baixo grau de parentesco entre os indivíduos do Taim (R=0,055±0,310), sendo este ainda menor nos indivíduos do arroio Vargas (R=-0,285±0,440). O grau significativo de diferenciação genética (I=0,890; F ST=0,059) entre os indivíduos do Taim e do arroio Vargas sugere a existência de mais de uma população de lontras no extremo sul do Brasil, que provavelmente estejam associadas aos diferentes corpos de água existentes nesta região: a Lagoa Mirim e o sistema de lagoas Cauivá/Flores/Mangueira. A alta diversidade genética e o baixo grau de parentesco dos indivíduos do arroio Vargas nos leva a considerar a possibilidade que o arroio Vargas possa estar atuando como um corredor entre estes corpos de água para a dispesão das lontras.

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