Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2023)

ANÁLISE E COMPROVAÇÃO DA EFETIVIDADE DIAGNÓSTICA DA BIOLOGIA MOLECULAR PARA DETEÇÃO DE PATÓGENOS CAUSADORES DE SEPSE NA ASSOCIAÇÃO SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE OURINHOS

  • MA Garcia,
  • EFGD Santos,
  • IR Jarduli,
  • DG Reginato,
  • AF Vasconcelos,
  • PMN Teixeira,
  • FRR Correa,
  • GT Berti,
  • ENP Florentino,
  • JCI Gazola

Journal volume & issue
Vol. 45
p. S988

Abstract

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Objetivo: Acompanhar a implantação do diagnostico de SEPSE por biologia molecular na Santa Casa da Misericórdia de Ourinhos (ASCMO), a fim de demonstrar a efetividade do equipamento de PCR automatizado. Materiais e métodos: Realizamos a análise de 30 amostras de pacientes com perfil indicativo de SEPSE em leitos de UTI, estas foram obtidas no período entre maio e novembro de 2022; O equipamento que realizou os testes moleculares foi o HS12 Auto da empresa Mobius®, cuja metodologia principal é técnica de flow chip, onde na membrana deste, existem sondas complementares ao DNA presente na amostra, possibilitando a identificação do patógeno e genes de resistência. Resultados: Dentre as 30 amostras estudadas, todas elas foram comparadas com os resultados obtidos pela microbiologia convencional e antibiograma, ao ver da biologia molecular, apenas 27 amostras apresentaram positividade, onde 1 delas foi constatada como dupla infeção, os valores obtidos foram: 61,3% de Staphylococcus spp. (19 amostras positivas, onde 16 apresentaram o gene de resistência MecA, 3 não possuíam gene de resistência); 6,4% de Staphylococcus aureus (2 amostras); 3,2% de Streptococcus spp. (1 amostra); 6,4% de Pseudomonas aeruginosa (2 amostras); 3,2% de Klebsiella pneumoniae (1 amostra, onde foram detectados os genes de resistência β-lactamase SHV e β-lactamase CTX-M); 3,2% de Enterococcus spp. (1 amostra); 3,2% de Escherichia coli (1 amostra); 3,2% de Enterobacteriaceae (1 amostra); 9,7% de resultados negativos; os resultados obtidos pela microbiologia foram similares, divergindo apenas na Klebsiella pneumoniae, onde foram detectadas 2 amostras positivas, sendo 1 delas referente a amostra identificada apenas como Enterobacteriaceae e, na ocorrência de 3 amostras positivas para Acinetobacter baumannii, correspondentes aos 3 pacientes denominados negativos pela PCR. Discussão: Os genes de resistência definidos pelo flow chip foram o MecA, que concede resistência a Meticilina e a todos os betalactâmico, os genes β-lactamase SHV e β-lactamase CTX-M indicam resistencia a penicilinas e cefalosporinas de 1ª, 2ª e 3ª geração. O paciente que apresentou dupla positividade foi identificado a presença de DNA correspondente a S. aureus e Pseudomonas aeruginosa, indicando como um patógeno a mais, totalizando 31 bactérias confirmadas. A amostra no qual foi identificado como Enterobacteriaceae pelo teste molecular, foi constatada pelo antibiograma como sendo positiva para Klebsiella pneumoniae, demonstrando uma falha do equipamento automatizado em detectar o DNA bacteriano, apenas encontrando trechos correspondentes a família das Enterobactérias, não sendo confirmada como K. pneumoniae; em relação as amostras negativas, posteriormente confirmadas como A. baumannii, constatamos uma falha do aparelho em não identificar genes referente a esse patógeno, visto que o chip possui sondas especificas para essa espécie bacteriana, mas na pratica foi observado o contrario. Conclusão: Em comparação aos dados obtidos por ambas as metodologias, a técnica de flow chip possui uma precisão diagnóstica de 87%, os pontos positivos desse procedimento, temos um menor tempo até o resultado, o que gera uma antibioticoterapia mais efetiva, com um tratamento de início rápido e mais preciso, no entanto a microbiologia convencional, possui menor custo e é classificada como padrão ouro para diagnostico de SEPSE.