Revista Brasileira de Terapia Intensiva (Jun 2009)

Avaliação da responsividade a volume em pacientes sob ventilação espontânea Assessment of fluid responsiveness in patients under spontaneous breathing activity

  • Fernando José da Silva Ramos,
  • Luciano Cesar Pontes de Azevedo

DOI
https://doi.org/10.1590/S0103-507X2009000200015
Journal volume & issue
Vol. 21, no. 2
pp. 212 – 218

Abstract

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A avaliação da responsividade a volume no paciente em ventilação espontânea representa um desafio para o intensivista. A maior parte dos conhecimentos adquiridos sobre interação coração-pulmão e o cálculo de índices dinâmicos de responsividade a fluidos podem não ser adequados para essa avaliação. Historicamente, as variáveis mais frequentemente utilizadas para guiar a responsividade a volume têm sido as medidas estáticas de pré-carga. Mais recentemente, índices dinâmicos obtidos por dispositivos menos invasivos têm sido mais usados, apesar de sua eficácia para esse fim em pacientes em ventilação espontânea ainda não ter sido adequadamente estabelecida. O objetivo deste estudo foi revisar as principais evidências sobre a avaliação da responsividade a volume nos pacientes em ventilação espontânea. A pesquisa na literatura demonstrou escassez nas evidências para utilização de medidas estáticas da volemia como as pressões de enchimento e o volume diastólico final dos ventrículos. Medidas dinâmicas como variação da pressão de pulso e outros índices também não foram adequadamente testados durante a ventilação espontânea. Resultados favoráveis foram obtidos com a variação dinâmica da pressão venosa central e com parâmetros dinâmicos que utilizam o ecocardiograma transtorácico ou doppler esofágico associado à elevação passiva dos membros inferiores. Conclui-se que embora a variação da pressão venosa central e variáveis obtidas com o ecocardiograma transtorácico ou doppler esofágico possam ser úteis na avaliação da responsividade a volume em pacientes sob ventilação espontânea, definitivamente são necessários mais estudos neste grupo de pacientes.To assess fluid responsiveness in patients under spontaneous breathing activity ventilation remains a challenge for intensive care physicians. Much of the knowledge on heart-lung interactions and dynamic indexes of fluid responsiveness may not be useful for these patients. Historically, the most frequently used variables to guide fluid responsiveness on this population have been the static preload indexes. However, more recently, dynamic indexes from less invasive devices are being often used, even though their usefulness on spontaneously-breathing subjects remains controversial. The purpose of this article was to review evidences on the assessment of fluid responsiveness in patients under spontaneous ventilation. A search in literature showed poor evidence for use of static variables, such as filling pressures and ventricular end-diastolic volumes. Dynamic indexes, such as pulse pressure variation and other indexes had not been appropriately tested during spontaneous ventilation. Favorable results were found with central venous pressure variation and with transthoracic echocardiography or transesophageal Doppler dynamic indexes, especially when associated to passive lower limb elevation. We conclude that although central venous pressure variation and echocardiography variables could aid bedside clinicians in assessing fluid responsiveness during spontaneous ventilation, more studies on this subject are definitely required.

Keywords