Revista de Enfermagem Referência (Mar 2012)
Conhecimentos e práticas de Terapia Compressiva de enfermeiros de cuidados de saúde primários Conocimientos y prácticas de Terapia Compresiva de enfermeros en atención primaria de salud Community health care service nurses’ knowledge and practice of Compression Therapy
Abstract
Contexto: a terapia compressiva (TC) é amplamente recomendada para a úlcera venosa porque aumenta as taxas de cicatrização e reduz custos, mas exige conhecimentos e competências específicas. Objetivos: descrever práticas e avaliar conhecimentos em TC dos enfermeiros e relacioná-los com a experiência profissional e formação. Método: estudo observacional, correlacional e transversal, numa amostra acidental de 112 enfermeiros, mediante questionário construído para o efeito com questões relativas aos conhecimentos e às práticas em TC. Resultados: a maioria dos enfermeiros não possui formação formal em TC. Apenas 25,00% aplicam TC. A Escala de Conhecimentos em Terapia Compressiva apresentou boa consistência interna (KR20=0,759) e reportou baixos níveis de conhecimentos. Quanto mais anos de experiência profissional, menos conhecimentos de TC são reportados. Ao contrário, quanto mais formação em TC mais conhecimentos são reportados. Na prática, os erros mais frequentes foram: não avaliar o IPTB durante a TC, evitar aplicar TC a doentes acamados e diagnosticar a úlcera como venosa baseado apenas nas suas características. No entanto, de realçar que os enfermeiros têm cuidados adequados antes de aplicar o sistema compressivo, respeitam as contraindicações da TC e apostam nos ensinos ao doente. Conclusão: os conhecimentos em TC estão mais relacionados com formação formal do que com experiência profissional. Os enfermeiros possuem pouca formação e baixos conhecimentos em TC. Poucos a aplicam e são reportados vários erros no processo.Contexto: la terapia compresiva (TC) se recomienda ampliamente en úlceras venosas ya que aumenta las tasas de cicatrización y reduce los costes. Sin embargo, exige conocimientos y cualificaciones específicas. Objetivos: describir prácticas y evaluar los conocimientos en TC de los enfermeros y relacionarlos con su experiencia profesional y con su formación. Método: estudio observacional, correlacional y transversal, en una muestra accidental (112 enfermeros), por medio de un cuestionario elaborado para ese fin con preguntas relacionadas con los conocimientos y las prácticas en TC. Resultados: La mayoría de los enfermeros no cuenta con una formación formal y solo el 25% aplica TC. La Escala de Conocimientos en Terapia Compresiva presentó una buena consistencia interna (KR20=0,759) y reportó bajos niveles de conocimientos entre los enfermeros. Entre más años de experiencia profesional se reportaron, menos conocimientos de TC se evidenciaron. Al contrario, mientras más formación en TC hay, se reportan más conocimientos. Los errores más frecuentes fueron: no evaluar el IPTB durante la TC, evitar aplicar TC en enfermos acamados y diagnosticar la úlcera basándose únicamente en sus características. Sin embargo, se destaca que los enfermeros realizan cuidados adecuados antes de aplicar el sistema compresivo, que respetan las contra indicaciones de la TC y que apuestan en la educación del paciente. Conclusión: los conocimientos en TC están más relacionados con la formación formal que con la experiencia profesional. Los enfermeros poseen poca formación y bajos conocimientos en TC. Pocos aplican TC y se han reportado varios errores en el proceso.Background: compression Therapy (CT) is widely recommended for venous ulcers as it increases healing rate and reduces costs. However, nurses need to have knowledge and technical expertise of CT before applying the treatment. Objectives: to describe the practices and assess knowledge of CT and relate these to professional experience and training. Method: observational, correlational and cross-sectional study, with a sample of 112 nurses, by administering a purpose-built questionnaire testing knowledge and practice of CT. Results: most nurses have no formal training in CT and only 25.00% apply CT. The CT knowledge scale showed good internal consistency (KR20=0,759) and low level of knowledge. Nurses with more years of professional experience showed lower knowledge of CT. Conversely, those with a higher level of training in CT showed a greater knowledge base. The most common incorrect practices were: no assessment of ABPI during CT; avoidance of use of CT in bedridden patients; and diagnosis of the ulcer as venous based solely on the wound characteristics. However, nurses give adequate care before applying the compression system, respect the contraindications of CT and invest in patient education. Conclusion: knowledge of CT is more related to formal training than to professional experience. Nurses have little training in and low knowledge of CT. Few use CT with patients and several errors in the process are reported.