Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

EP-175 - PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA - PAVM: DESCRIÇÃO DO PERFIL MICROBIOLÓGICO ENTRE PACIENTES INTERNADOS NA UTI DE UM HOSPITAL SENTINELA NA CIDADE DE MANAUS-AM

  • Fagner Chagas Raulino Andrade,
  • Ana Paula Sampaio Feitosa,
  • Antônio Fernandes Barros Lima Neto,
  • Antônio Janderson Rodrigues da Silva,
  • Noaldo Oliveira de Lucena

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 104097

Abstract

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Introdução: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAVM) é uma infecção pulmonar adquirida no hospital devido ao uso prolongado do ventilador mecânico invasivo. Essa infecção é grave e pode levar a complicações sérias, como insuficiência respiratória, sepse. Nesses casos, os agentes agressores são geralmente constituídos por patógenos gram-negativos multirresistentes, como Pseudomonas aeruginosas, Acinetobacter, Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Klebsiella, Enterobacter e Proteus mirabilis. A relevância deste estudo se dá pelo aumento significativo na morbimortalidade e nos custos de assistência à saúde dos pacientes portadores de PAVM. Objetivo: Mostrar o perfil microbiológico e de resistência aos antimicrobianos dos patógenos encontrados em amostras de pacientes internados nesta UTI no período de 2019 a 2023 em Manaus, Amazonas. Método: Tratou-se de um estudo retrospectivo, descritivo, com uma abordagem quantitativa de análise de variáveis existentes no banco de dados da CCIH, incluindo indivíduos internados nas Unidades de Terapias Intensivas, no período de 2019 a 2023. Resultados: No período deste estudo, foram diagnosticados e notificados 179 casos de pneumonia associada a ventilação mecânica. Em 2019, 27% dos casos do agravo em questão deu-se pelo patógeno Klebsiella pneumoniae sensível a cefalosporinas de 3a geração. Já no ano de 2020, o principal patógeno foi a Pseudomonas aeruginosa sensível aos carbapenêmicos com 19% dos casos. No biênio 2021-2022, mostrou-se mais presente a Klebsiella pneumoniae também sensível a cefalosporinas de 3a geração, representando 35% e 28%, respectivamente. Em 2023, 44% dos casos deu-se pelo microrganismo Klebsiella pneumoniae, sendo ela resistente aos carbapenêmicos. Conclusão: Houve um acometimento significativo por Klebsiella pneumoniae. Notou-se que no ano de 2020, durante o período da pandemia do COVID-19, ocorreu uma mudança no patógeno mais frequentemente encontrado, possivelmente justificada por esse agravo mundial. Notou-se, ainda, que no ano de 2023 o patógeno é resistente a carbapenêmicos, o que demonstra a ineficácia destes para o tratamento adequado da pneumonia associada a ventilação mecânica no contexto da Unidade de Terapia Intensiva. Os achados deste estudo ratificam a relevância dos levantamentos epidemiológicos de forma contínua e sistemática para melhor entendimento dos aspectos terapêuticos, clínicos e biológicos dos patógenos relacionados com a PAVM e das abordagens clínicas na vigilância de infecções relacionadas a assistência à saúde.