Cadernos EBAPE.BR (Mar 2013)
Usos e significados do conhecimento histórico em estudos organizacionais: uma (re)leitura do taylorismo sob a perspectiva do poder disciplinar Uses and meanings of historical knowledge in organizational studies: a (re)reading of Taylorism from the disciplinary power perspective
Abstract
O objetivo deste artigo é problematizar - por meio da ampliação dos usos e significados do conhecimento histórico proposta pela perspectiva da nova história e pela genealogia de Michel Foucault - abordagens de estudos organizacionais mais convencionais que assumem como objeto de pesquisa os grandes feitos de grandes homens da história da Administração. Nesse sentido, tem-se: (1) como foco principal de análise uma releitura da versão legitimada do taylorismo como acontecimento histórico diretamente responsável por um conjunto de preceitos e técnicas de racionalização do trabalho; e (2) como argumento central a premissa de que as "subversões" epistemológicas da história renovada e da genealogia possibilitam-nos ler esse acontecimento com outras lentes e identificar a obra de F. W. Taylor como inserida em um conjunto maior de práticas sociais disciplinadoras. Para alcançar esse propósito, o texto está organizado em três partes. Na primeira parte, expõe-se o significado de história para Michel Foucault, em seguida, analisa-se o movimento da história nova e suas convergências com a proposta de conhecimento histórico da genealogia. Por fim, na terceira parte, o taylorismo é repensado e analisado à luz da sociedade disciplinar.This paper aims to discuss - by expanding the uses and meanings of historical knowledge as proposed from the new history perspective and by Michel Foucault's genealogy - approaches of more conventional organizational studies which take as research object the great deeds of great men in the management history. In this sense, one has: (1) as the main focus of analysis a re-reading of the legitimate version of Taylorism as a historical event directly responsible for a set of precepts and techniques of work rationalization; and (2) as the central argument the premise that epistemological "subversions" of renewed history and genealogy allow us to read this event through other lenses and identify the work of F. W. Taylor as included into a larger set of disciplinary social practices. In order to achieve this purpose, the text is organized in three parts. In the first part, one exposes the meaning of history for Michel Foucault, then, one analyzes the new history movement and its convergences with the historical knowledge proposal of genealogy. Finally, in the third part, Taylorism is rethought and analyzed under the light of disciplinary society.