Neste ensaio, exploramos possibilidades de uso do conceito de salutarismo (healthism), conforme abordado por Robert Crawford em 1980. Enfatizamos a dimensão individualizante explorada no desenvolvimento deste conceito e a situamos como um aspecto central no discurso médico, que opera na base das ações relacionadas à ideia dominante sobre promoção da saúde. Esta centralidade ocupa um lugar estratégico na atualidade, na medida em que enseja práticas de uma moralidade sanitária despolitizadora e autoritária, condizentes com a racionalidade neoliberal.