Fórum Linguístico (Dec 2021)

Políticas linguísticas autóctones e línguas indígenas em Roraima: o caso do povo Ye'kwana

  • Marcus Vinícius da Silva,
  • Isabella Coutinho Costa,
  • Cristiani Dália de Mello

DOI
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2021.e80269
Journal volume & issue
Vol. 18, no. 4

Abstract

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O artigo proposto tem como objetivo refletir sobre as políticas linguísticas autóctones desenvolvidas por e para os povos indígenas do estado de Roraima, dada a realidade multilíngue e multicultural da constituição do estado, com especial atenção para as ações educacionais desenvolvidas pelo povo Ye’kwana. Para isso, a baseamo-nos nos estudos da área de Políticas Linguísticas (CALVET; 2007; COOPER; 1997[1989]; SILVA, 2018), a fim de compreender as relações tensivas entre o estado brasileiro e as línguas indígenas de Roraima. Para tanto, foi necessário recuperar pesquisas realizadas sobre os Ye’kwana (COSTA, 2013, 2018, 2019); (ANDRADE, 2007, 2013), bem como foi importante resgatar, de forma breve, a história das políticas linguísticas para os povos indígenas no Brasil para, assim, discutir sobre as políticas linguísticas autóctones pensadas e desenvolvidas por/para os povos indígenas no território roraimense (CUNHA, 2008; BRASIL, 1988, 1998; BANIWA, 2006; REPETTO, 2008). Percebemos que, em função da omissão do Estado, os Ye’kwana e outros povos indígenas têm buscado criar políticas para manter seus valores tradicionais dentro das necessidades que a contemporaneidade e a sociedade exigem, ao documentar e criar estratégias para ensinar e aprender suas próprias línguas e culturas, sem perder a sua essência e sua identidade.