Paisagem e Ambiente (Apr 2018)

Invisibilidade social e produção do espaço subordinado em Belém (PA)

  • Ana Claudia Duarte Cardoso,
  • Thales Barroso Miranda

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i41p85-107
Journal volume & issue
no. 41

Abstract

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As dificuldades históricas de aproximação entre a lógica ambiental e o planejamento urbano favoreceram práticas de exclusão socioambiental na expansão urbana de Belém, na medida em que novos arranjos espaciais e sociais ‘naturalizaram’ mudanças ambientais que afetam grupos sociais de menor renda oriundos da várzea (caboclos e ribeirinhos). A releitura da expansão de Belém revela uma progressiva desarticulação entre homem, modo de vida e base biofísica na produção da cidade; onde a supressão de vegetação, adensamento construtivo e localização dos rios contaminados com lançamentos de esgoto inviabilizaram práticas tradicionais e contribuíram para alterações no microclima urbano. Os dados empíricos indicam que na periferia metropolitana coexistem grupos sociais, desde os que dependem da natureza (agricultores e extrativistas urbanos) até típicos moradores da periferia da cidade capitalista, um ponto cego para as políticas urbanas que tendem a homogeneizar o espaço sem atenção ao potencial de soluções que a diversidade oferece aos desafios da exclusão social e do risco ambiental. Cartografias da ocorrência da água e vegetação, análises morfológicas e pesquisas de campo procuram revelar os potenciais positivos da resistência das velhas práticas para Belém e para a cidade brasileira em geral, mas principalmente para as cidades amazônicas, que ainda tomam a metrópole como referência de ‘civilização’.

Keywords