Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

COMPARAÇÃO DOS PERFIS GENÉTICOS DE HLA ENTRE DOADORES DO REDOME E RECEPTORES NA FUNDAÇÃO HEMOMINAS

  • CGR Matosinho,
  • MMM Pereira,
  • GAF Heringer,
  • LS Oliveira,
  • PC Gonçalves,
  • VBE Cunha,
  • RA Cristo,
  • EC Peres,
  • MB Oliveira,
  • FCB Souza

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S986 – S987

Abstract

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O transplante de medula óssea é essencial para o tratamento de algumas doenças e faz-se necessário um doador compatível para que possa ser realizado. Existe uma chance de 25% de encontrar um doador compatível na família. No entanto, quando não é possível encontrar um doador compatível na família, é necessário realizar a busca em bancos de dados de doadores voluntários de medula óssea, como o REDOME. O objetivo deste trabalho foi comparar a variação genética do gene HLA em receptores de medula óssea entre 2018 e 2019 com doadores do REDOME da Fundação Hemominas entre agosto de 2023 e julho de 2024. Para os receptores, foi realizada a tipagem HLA através da metodologia PCR-SSO com os kits da One Lambda, e para os doadores voluntários, foi realizado o sequenciamento dos loci A, B, DRB1 e DQB1 através de NGS nas plataformas IonTorrent e MGI. Os resultados foram analisados utilizando os softwares Fusion 4.2 e TSV 3.0, respectivamente. No período analisado, foram realizadas 552 tipificações de HLA de receptores e 5.149 tipificações de HLA de doadores do REDOME na Fundação Hemominas. Como resultado, foram encontrados, nos loci A, para os receptores e doadores, os genótipos prevalentes A*02 com A*02 (4,7% e 6%), A*02 com A*68 (4,5% e 3,7%), A*01 com A*02 (4,3% e 4,4%) e A*02 com A*03 (4,3% e 4,7%), respectivamente. No locus B, os genótipos prevalentes encontrados em receptores e doadores foram B*35 com B*44 (2,9% e 2,7%), B*15 com B*44 (2,9% e 2,1%) e B*8 com B*44 (2,7% e 1,1%, valor de p < 0,01), respectivamente. Para o locus DRB1, os genótipos prevalentes encontrados em receptores e doadores foram DRB1*04 com DRB1*13 (4,7% e 3,6%), DRB1*04 com DRB1*15 (4,5% e 2,7%, valor de p < 0,01), DRB1*03 com DRB1*13 (4% e 3,2%), DRB1*11 com DRB1*13 (4% e 3,2%) e DRB1*07 com DRB1*13 (2,9% e 4,4%, valor de p < 0,05), respectivamente. Adicionalmente, no locus DQB1, os genótipos prevalentes encontrados em receptores e doadores foram DQB1*03 com DQB1*06 (16% e 13,9%), DQB1*02 com DQB1*03 (11,8% e 13,2%) e DQB1*03 com DQB1*03 (10,7% e 8,4%, valor de p < 0,01), respectivamente. Com isso, podemos observar que para os genótipos B*8 com B*44, DRB1*04 com DRB1*15, DQB1*03 com DQB1*03 e DRB1*07 com DRB1*13 foram encontradas diferenças significativas entre receptores e doadores. Esses resultados destacam a importância de monitorar e entender a variação genética entre receptores e doadores para compreender as tendências regionais, contribuindo para a eficiência e sucesso dos programas de transplante de medula óssea no Brasil e no mundo.