Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics (Aug 2016)
Extração de DNA de Impressões Digitais Latentes Depositadas em Diferentes Suportes e Reveladas com Spray de Ninidrina e Pó Preto Volcano HI-FI
Abstract
O artigo 158 do Código de Processo Penal Brasileiro (CPP) determina que quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame do corpo de delito. Porém, muitas impressões digitais que chegam à seção de confronto da Polícia Técnico - Científica de Goiás (SPTC), não apresentam condições de análises por estarem borradas ou incompletas. Por este motivo, este trabalho buscou: analisá-las por microscopia óptica, verificando a presença de células da epiderme; extrair DNA de impressões latentes aderidas a diferentes suportes e daquelas reveladas com spray de ninidrina especial para documentos ou impregnadas com pó de cor preto volcano “HI-FI”. Este estudo detectou células descamativas em 98% das lâminas coradas por Leishman. Em outro experimento, foram extraídas moléculas de DNA de sessenta e nove amostras, depositadas em cinco suportes diferentes (alumínio, madeira, papel, plástico e vidro) obtendo concentrações variadas entre 0,3 ng/µL à 25,4 ng/µL. Isoladamente, a madeira foi o suporte que apresentou maior concentração média de DNA (10,67 ng/µL). Ao extrair DNA de impressões reveladas com ninidrina ou impregnadas pelo pó preto volcano HI-FI (leve) da empresa SIRCHIE, obteve se concentração de DNA amplificável em 70% e 60% das amostras, respectivamente. O presente trabalho corrobora com vários estudos que já demonstraram ser possível extrair DNA de superfícies que foram simplesmente tocadas pelas mãos de uma pessoa. Os experimentos demonstraram, ainda, a obtenção de uma maior concentração nas superfícies porosas em relação às superfícies lisas e que o uso de ninidrina e pó de cor preta também permitem a extração do referido material genético.