Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)

Devolução de medicamentos e omissão na administração de doses em uma unidade de terapia intensiva

  • Bartyra Lima de Almeida Leite,
  • Ivellise Costa de Sousa,
  • Renata Kelly Novais Rodrigues Silva,
  • Sóstenes Mistro

DOI
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2022.v1.s2.p.14
Journal volume & issue
Vol. 1, no. s.2

Abstract

Read online

Introdução: Omissão na administração de doses de medicamentos prescritos a pacientes hospitalizados em unidade de terapia intensiva pode implicar em consequências negativas para o paciente, bem como para o sistema de saúde. A omissão indevida pode resultar em ausência de efeito terapêutico e, consequentemente, levará o prescritor a uma mudança na conduta terapêutica que implica maiores custos. Fatores relacionados às etapas de uso dos medicamentos interferem diretamente na ocorrência de erro e a revisão periódica dos processos promove redução de erros relacionados ao uso de medicamentos. Objetivos: Estimar a incidência de erros de medicação por omissão de doses e as justificativas para a não administração de medicamentos pela equipe de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva (UTI) em um hospital universitário no nordeste brasileiro. Método: Estudo observacional prospectivo no qual todas as doses de medicamentos de uso sistemático dos pacientes hospitalizados na UTI foram monitoradas a cada horário de administração durante 10 dias não consecutivos. As equipes médica e de enfermagem estavam cegas em relação aos objetivos do estudo. Resultados: Foram monitoradas 831 doses de medicamentos dispensadas para os pacientes hospitalizados na UTI no período de estudo. Dessas, 108 (13%) deixaram de ser administradas aos pacientes, por diversas causas. A incidência de erro por omissão na administração de doses foi de 6,7% (n=56), o que correspondeu a 52% (56/108) das doses devolvidas ao Serviço de Farmácia. Outras causas mais comuns de devolução de medicamentos foram suspensão da dose pelo médico 3,9% (n=32) e a administração de subdose 1,2% (n=10). As doses omitidas envolveram medicamentos para o sistema nervoso (30,4%), seguidos pelos de ação em órgãos hematopoiéticos (21,4%), os que atuam no trato gastrointestinal (19,6%) e antimicrobianos (12,5%). Conclusão: A incidência de erros de medicação por omissão de doses na UTI foi elevada, sendo a principal causa de devolução de medicamentos não administrados ao Serviço de Farmácia.