Brazilian Journal of Infectious Diseases (Oct 2024)

OR-25 - PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO LATENTE POR TUBERCULOSE EM PESSOAS IDOSAS QUE VIVEM COM HIV: INSIGHTS DA COORTE ELEA-BRASIL

  • Roberta Schiavon Nogueira,
  • Jose Valdez Ramalho Madruga,
  • Camila Rodrigues,
  • Paridhi Ranadive,
  • Vivian I. Avelino-Silva,
  • Marilia Bordignon Antonio,
  • Carlos Roberto Brites,
  • Sandra Wagner Cardosos,
  • Jessica L. Castilho,
  • Beatriz Grinsztejn

Journal volume & issue
Vol. 28
p. 103900

Abstract

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Introdução: Estima-se que 1/4 da população mundial esteja infectada com Mycobacterium tuberculosis, com maior risco de doença concentrado nos primeiros anos após a infecção primária, porém o período de latência pode durar anos. Tanto a infecção pelo HIV como o envelhecimento são fatores de risco para tuberculose ativa(Tb). No entanto, existe uma lacuna na compreensão do risco de Tb na população de pessoas idosas que vivem com HIV(PIVHA). Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção latente por tuberculose(ILTB) em PIVHA e fatores associados. Método: Estudo incluiu PIVHA (≥ 50 anos) em terapia antirretroviral em quatro centros de 3 cidades brasileiras. Exames laboratoriais, incluindo IGRA (Interferon-gama release assay) para ILTB foram realizados. Aqueles com história documentada de tuberculose ativa/tratada ou com resultado de IGRA ausente/inconclusivo foram excluídos. ILTB foi definida por IGRA positivo no baseline ou IGRA ou PPD(prova tuberculínica) previamente positivo. As razões de prevalência de ILTB foram avaliadas por modelos de regressão de Poisson modificados não ajustados e multivariados, considerando covariáveis como idade, sexo ao nascer, raça, anos de diagnóstico de HIV, cidade de residência, escolaridade, renda, insegurança alimentar, uso atual de álcool/substâncias/tabaco e contagem de células TCD4 no baseline. Resultados: Excluidos 158 participantes por histórico de Tb ativa e 72 por resultados testes de ILTB ausentes/inconclusivos. 473 PIVHA foram incluídos na análise. Idade média de 62 anos; 293 (62%) sexo masculino ao nascer; 129 (29%) pardos e 101 (21%) negros. A mediana de anos de diagnóstico de HIV foi de 23; mediana do número de residentes no domicílio foi 2; 110 (23%) relataram renda familiar mensal < 1 salário mínimo; 95 (20%) tinham < 8 anos de escolaridade; e a mediana da contagem de células TCD4 foi de 752 células/μL. A prevalência de ILTB foi de 169/473 (36%), variando entre as cidades (44% Rio de Janeiro, 38% São Paulo e 23% Salvador). Na análise multivariada, contagem de células TCD4 (< 500 vs. ≥ 900 aPR:0,64 [IC95% 0,45-0,93]) e renda (< 1 vs 1-3 salários mínimos aPR:1,53 [IC95% 1,09-3.14]) foram associados ao risco de ILTB. Conclusão: Encontramos elevada prevalência de ILTB em PIVHA, particularmente associada à contagem de células TCD4 e baixa renda. Estes dados evidenciam a urgência de iniciativas para aumentar o acesso a testes de diagnóstico de ILTB e ao seu tratamento para reduzir o risco de doença e morte por tuberculose nesta população.