Revista Brasileira em Promoção da Saúde (May 2019)

Notificações de óbitos por causas externas e violência contra idosos: uma realidade velada

  • Rubens Correa Meirelles Junior,
  • Julia de Oliveira Castro,
  • Lina Rodrigues de Faria,
  • Clarice Lima Alvares da Silva,
  • Waneska Alexandra Alves

DOI
https://doi.org/10.5020/18061230.2019.8685
Journal volume & issue
Vol. 32
pp. 1 – 12

Abstract

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Objetivo: Descrever o perfil da morbimortalidade da violência contra a pessoa idosa. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo de 14.900 notificações extraídas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e de 18.228 casos do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), de 2012 a 2017, do estado de Minas Gerais, Brasil. Analisaram-se as notificações de violência segundo características das vítimas (sexo, faixa etária, raça/cor e escolaridade), da ocorrência (local, tipo de violência, características do agressor) e as variáveis referentes ao óbito (sexo, faixa etária, raça/cor, estado civil, local de ocorrência e causa do óbito). Resultados: Das notificações analisadas, 54,5% (8.116) das vítimas eram mulheres, 42,8% (6.384) brancos e 47,6% (7.082) com ensino fundamental incompleto/analfabeto. A violência física deu-se em 69,5% (10.356) dos casos, e o filho apresenta maior frequência no perfil de agressor, com 26,4% (3.928). Em relação aos óbitos por causas externas, 60,9% (11.096) eram homens, 37,4% (6.815) com mais de 80 anos, 54,9% (10.011) brancos e 37,7% (6.867) casados. O hospital é o local de óbito mais relatado, 64% (11.664). Óbitos por outras causas externas: 42,5% (7.741), sendo as quedas 32,4% (5.897) do total. Conclusão: As principais vítimas são as mulheres idosas, com baixa escolaridade, e de violência física perpetrada, principalmente, pelo filho, porém aqueles que vêm a óbito com mais frequência são os homens idosos, tendo como principal causa as quedas e os acidentes de transporte.

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