Diacrítica (Jul 2024)

Livros proveitosos para aprender a ler, escrever e falar: um vade mecum de saúde e bem-estar

  • Maria Céu Fonseca,
  • Ana Alexandra Silva,
  • Fernando Gomes,
  • Maria João Marçalo,
  • Olga Gonçalves

DOI
https://doi.org/10.21814/diacritica.5599
Journal volume & issue
Vol. 38, no. 1

Abstract

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Investigadores de ciências humanas e sociais interessados na história do uso da linguagem em contextos sociais podem encontrar na tradição dos guias de conversação fontes válidas para estudos interdisciplinares. Destinados ao ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras, estas fontes fornecem informações empíricas sobre saberes do complexo história/sociedade/ideologia/cultura que não se encontram em gramáticas de falantes nativos. Podem, por exemplo, através de componentes dos dados conversacionais, contribuir para o conhecimento contextual da área da saúde, da sua prevenção, da terapêutica de doenças, complementando dados recolhidos a partir de dicionários. Visa-se neste trabalho focar a microestrutura discursiva do núcleo temático saúde, em Guias de Conversação do século XIX, quer através de diálogos do tipo “Informar-se sobre a saúde”, “Com o médico, cirurgião, dentista”, quer em reportórios lexicais, como “Dos acidentes, das doenças, e das cousas que lhes pertencem”, “Remédios”. Qual o potencial dos diálogos, que codificam comportamentos metalinguísticos, e das nomenclaturas relativas à saúde do corpo humano, a enfermidades e curativos, para a história e historiografia linguísticas? Analisam-se ainda os conhecimentos e contextos culturais que condicionaram tais práticas discursivas sobre a temática da saúde e bem--estar, que, se hoje mobiliza a ação dos países, no século XIX foi veículo de ideias iluministas e de princípios da teoria do Utilitarismo.

Keywords