Pubvet (Nov 2022)

Paralisia de laringe unilateral esquerda pós intubação em braquicefálico: Relato de caso

  • Jéssica Martinelli Victorino,
  • Tainá Pacheco de Souza,
  • João Thiago Bastos,
  • Petra Cavalcanti Germano,
  • Isadora Scherer Borges,
  • Cecilia Capacchi Dall’Agnol,
  • Weslley Júnior de Oliveira,
  • Farah Ramalho de Andrade,
  • Fernanda Gabriele Almeida,
  • Gabriela Basílio Roberto,
  • Roberta Carareto

DOI
https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n11a1253.1-9
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 11
pp. 1 – 9

Abstract

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A perda da capacidade de abdução da laringe de forma unilateral ou bilateral durante a inspiração de origem adquirida ou congênita é definida como paralisia de laringe. Essa patogenia está normalmente associada a cães de meia idade, a idosos, machos e de grande porte. A ocorrência de paralisia de laringe secundária a intubação em cães é pouco comum, diferente do que ocorre em humanos. O presente trabalho teve como objetivo relatar o caso de um cão da raça Pug, macho, castrado, de oito anos de idade, atendido no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná. O paciente em questão foi submetido a procedimento cirúrgico sob intubação, e retornou ao hospital em torno de 30 dias depois, em atendimento de emergência devido à angústia respiratória e queixa de afonia e roncos mais intensos e frequentes com início uma semana após a intubação. Após estabilização do quadro na internação, o animal foi submetido a laringoscopia sob anestesia ambulatorial leve para avaliação de vias aéreas superiores, durante a qual foi possível constatar prolongamento de palato mole, eversão de sacos laríngeos, processos cuneiformes das aritenoides colapsando em direção ao lúmen laríngeo durante a inspiração, colapso laríngeo grau 2 e paralisia de laringe unilateral esquerda. Após estabilização, o cão recebeu alta da internação para tratamento de hemoparasitose previamente à rinoplastia e estafilectomia. Duas semanas após a alta, paciente retornou ao hospital em crise respiratória severa, sendo necessária realização de traqueostomia temporária e monitoramento em unidade de terapia intensiva para estabilização do quadro. Três dias depois após estabilização, foi então submetido a estafilectomia, rinoplastia e saculectomia, sendo constatado novamente o quadro de colapso de laringe de segundo grau e paralisia laríngea unilateral esquerda. Após dois dias internado para cuidados pós-operatórios, o tubo de traqueostomia temporária foi retirado e recebeu alta sob orientações de tratamento clínico e manejo. Uma semana após o retorno, o animal em questão veio a óbito em casa após um quadro de êmese seguido por angústia respiratória relatada pelo tutor. Suspeita-se que tenha ocorrido um quadro de broncoaspiração, sendo tal complicação bastante frequente nos casos de paralisia de laringe.

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