Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Feb 2023)
Inserção da assistência farmacêutica em ambulatório com atendimento multidisciplinar ao portador de doença renal crônica em um hospital universitário da Cidade de Salvador – Bahia
Abstract
Introdução: A Doença Renal Crônica (DRC) pode evoluir para terapia renal substitutiva. Controlar as doenças de base é imprescindível para retardar a progressão da DRC e o uso adequado de medicamentos está relacionado com resultados positivos. Nesse contexto, o profissional farmacêutico pode contribuir na identificação de problemas que interfiram na adesão e propor estratégias para alcançar as metas terapêuticas. Objetivos: Descrever a estruturação da assistência farmacêutica em um ambulatório com atendimento multidisciplinar ao paciente portador de DRC. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a inserção do profissional farmacêutico em um ambulatório multidisciplinar em um Hospital Universitário de Salvador-Bahia. Resultados/Discussão: A equipe é composta de 02 médicas, 02 farmacêuticas e 01 nutricionista que atendem uma média de 14 pacientes/dia. A inserção das farmacêuticas na equipe ocorreu em agosto/18, com o objetivo de trabalhar adesão terapêutica em pacientes com DRC nos estágios 4 e 5 não dialítico. O atendimento é realizado uma vez na semana e os pacientes são encaminhados para a consulta farmacêutica após consulta médica. Durante o atendimento, as farmacêuticas colhem informações relacionadas à experiência dos pacientes com os medicamentos: quais e como utilizam, onde os adquirem e armazenam em casa, qual a indicação de cada um e sua importância para o tratamento. Questões relacionadas a esquecimento, descuido no horário de administrar, esquecimento de adquirir novos medicamentos antes de acabarem são relevantes para avaliar o nível de adesão. A entrevista do paciente e o teste de Morisky e Green são ferramentas utilizadas para identificar e avaliar os fatores que interfiram no processo de adesão. O paciente que possuir baixa adesão é classificado com a necessidade de acompanhamento farmacoterapêutico e, então, estratégias são traçadas para promover a adesão à terapia. Essa prática é sistematizada e documentada no prontuário eletrônico. Caso seja observado durante o acompanhamento que a escolha da terapia farmacológica esteja impactando a adesão, uma discussão é realizada com a equipe médica e, quando possível, o medicamento é substituído para minimizar esse efeito negativo no resultado terapêutico. Conclusão: O presente relato mostra o desafio que é trabalhar a adesão terapêutica em pacientes com DRC e que a inserção do farmacêutico na equipe multidisciplinar é fundamental para que os objetivos terapêuticos sejam alcançados.