Revista Brasileira de Epidemiologia ()

Avaliação da Assistência Farmacêutica em um município no Sul do Brasil

  • Raqueli Altamiranda Bittencourt,
  • Marysabel Pinto Telis Silveira,
  • Marília Cruz Guttier,
  • Fernanda Fernandes Miranda,
  • Andréa Dâmaso Bertoldi

DOI
https://doi.org/10.1590/1980-5497201700020011
Journal volume & issue
Vol. 20, no. 2
pp. 310 – 323

Abstract

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RESUMO: Introdução: A Assistência Farmacêutica (AF) bem planejada e conduzida é importante para o adequado atendimento às necessidades de saúde da população, facilitando o acesso aos medicamentos essenciais e promovendo seu uso racional. Objetivo: Avaliar a situação da AF no município de Uruguaiana (RS). Métodos: Estudo transversal, com realização de 650 entrevistas, entre junho e setembro de 2013, em 11 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e na Farmácia Central. Os indicadores de prescrição, de assistência ao paciente e de serviço foram avaliados de acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para avaliar a capacidade gerencial e de planejamento da AF, foi utilizado o Instrumento de Autoavaliação para o Planejamento da Assistência Farmacêutica (IAPAF) do Ministério da Saúde, o qual foi aplicado na Farmácia Central e no almoxarifado de medicamentos. Resultados: O número de medicamentos por prescrição variou de 1 a 10 (média = 1,7). Os percentuais de medicamentos prescritos pelo nome genérico e que constam na Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) foram de 75,5 e 67,7%, respectivamente; em 9,7% das consultas médicas foram prescritos antibióticos. O tempo médio de consulta médica foi de 6 minutos; 51,4% dos usuários tiveram sua prescrição atendida; apenas 18,9% dos pacientes compreenderam totalmente a prescrição. Dos 24 itens analisados no IAPAF, 12 encontravam-se no estágio 1 (pior avaliação), 12 no estágio 2 e nenhum no estágio 3 (situação considerada ideal). Conclusão: Os resultados encontrados parecem demonstrar a deficiência da AF em Uruguaiana quanto ao planejamento, à gerência e à assistência ao paciente. A ausência de gestão efetiva pode resultar em desperdícios e no uso incorreto de medicamentos.

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