Revista Portuguesa de Cardiologia (Mar 2023)
Investigating the association between ambient particulate matter (PM10) exposure and blood pressure values: Results from the link between the Portuguese Health Examination Survey and air quality data
Abstract
Introduction and objectives: High blood pressure (BP) remains a major modifiable cardiovascular (CV) risk factor. Several epidemiologic studies have been performed to assess the association between air pollution exposure and this CV risk factor but results remain inconsistent. This study aims to estimate the effect of short-term PM10 exposure (average previous three-day concentration) on diastolic (DBP) and systolic (SBP) blood pressure values of the resident mainland Portuguese population. Methods: Our study was based on available DBP and SBP data from 2272 participants from the first Portuguese Health Examination Survey (INSEF, 2015) living within a 30 km radius of at least one air quality monitoring station, with available measurements of particulate matter with an aerodynamic equivalent diameter ≤10 μm (PM10). We used data from the air quality monitoring network of the Portuguese Environment Agency to obtain the individual allocated PM10 concentrations. Generalized linear models were used to assess the effect of PM10 exposure on DBP and SBP values. Results: No statistically significant association was found between PM10 exposure and both DBP and SBP values (0.42% DBP change per 10 μg/m3 of PM10 increment (95% confidence interval (CI): −0.85; 1.70) and 0.47% SBP change per 10 μg/m3 of PM10 increment (95% CI: −0.86; 1.79)). Results remain unchanged after restricting the analysis to hypertensive or obese participants or changing the PM10 assessment methodology. Conclusions: In view of the PM10 levels observed in 2015, our results suggests that exposure to PM10 concentrations have a small or no effect on the blood pressure values. Other air pollutants and mixtures of pollutants that were not included in our study should considered in future studies. Resumo: Introdução e objetivo: A pressão arterial elevada (PA) continua a ser um importante fator de risco cardiovascular (CV) modificável. Vários estudos epidemiológicos têm sido realizados para avaliar a associação entre a exposição à poluição do ar e este fator de risco CV, mas os resultados permanecem inconsistentes. Este estudo tem como objetivo estimar o efeito da exposição de curta duração às PM10 (concentração média dos últimos três dias) nos valores da pressão arterial diastólica (PAD) e sistólica (PAS) da população residente em Portugal Continental. Métodos: O nosso estudo baseou-se nos dados disponíveis de PAD e PAS de 2272 participantes do primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF, 2015) que viviam num raio de 30 km de pelo menos uma estação de monitoração da qualidade do ar com medições disponíveis de material particulado com diâmetro aerodinâmico ≤10 μm (PM10). Foram utilizados os dados da rede de monitoração da qualidade do ar da Agência Portuguesa do Ambiente para atribuir as exposições individuais de PM10. Os modelos lineares generalizados foram utilizados para estimar o efeito da exposição às PM10 nos valores de PAD e PAS. Resultados: Nenhuma associação estatisticamente significativa foi encontrada entre a exposição a PM10 e os valores de PAD e PAS (0,42% de incremento de PAD por cada aumento de 10 μg/m3 de PM10 [IC de 95%: −0,85; 1,70] e de 0,47% de incremento de PAS por cada aumento de 10 μg/m3 [IC 95%: −0,86; 1,79]). Os resultados permaneceram inalterados após restringir a análise aos participantes hipertensos ou aos participantes obesos ou após alteração da metodologia para atribuir as exposições individuais de PM10. Conclusões: Tendo em consideração os níveis de PM10 observados em 2015, os nossos resultados sugerem que a exposição às concentrações de PM10 terá um efeito pequeno ou nenhum efeito sobre os valores da pressão arterial. Outros poluentes atmosféricos e misturas de poluentes que não foram incluídos no nosso estudo devem ser analisados em estudos futuros.
