Pubvet (Feb 2022)

Estudo retrospectivo em 18 cães com lúpus eritematoso sistêmico (2008 – 2018)

  • Fernanda Catacci Guimarães,
  • Renato Tavares Conceição,
  • Karina Keller Marques da Costa Flaiban,
  • Mônica Vicky Bahr Arias

DOI
https://doi.org/10.31533/pubvet.v16n02a1032.1-8
Journal volume & issue
Vol. 16, no. 2
pp. 1 – 8

Abstract

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O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença imunomediada crônica multissistêmica com amplo espectro de apresentações clínicas devido ao envolvimento de diversos sistemas orgânicos, de modo que o LES pode resultar em uma variedade de sinais clínicos que não são patognomônicos da afecção e vários critérios clínicos são utilizados para o diagnóstico. É uma afecção incomum em cães e há poucos estudos sobre as características clínicas e laboratoriais do LES nesta espécie no Brasil. O objetivo do estudo foi avaliar as características clínicas e resultados de exames laboratoriais em cães com suspeita de LES atendidos entre 2008 e 2018 em um Hospital Veterinário Escola. O diagnóstico de LES foi realizado se houvesse positividade no teste de células LE e presença de pelo menos dois sinais maiores (lesões cutâneas, poliartrite, anemia hemolítica, glomerulonefrite, leucopenia e trombocitopenia) ou um sinal maior e dois menores (febre de origem desconhecida, alterações no sistema nervoso, ulceração oral, linfadenopatia, pericardite ou pleurite). Os dados coletados incluíram resenha e anamnese, sinais clínicos, achados de exame físico, hemograma completo, perfil de bioquímica sérica, pesquisa de doenças infecciosas e resposta ao tratamento. A maioria dos cães eram sem raça definida (SRD), de pequeno a médio porte com idade média de 4,86 anos. Fêmeas foram oito vezes mais acometidas do que machos. Os sinais clínicos mais comuns foram poliartrite, febre e lesões cutâneas. Em relação aos distúrbios hematológicos, a anemia foi a alteração mais observada, seguida da proteinúria. A terapia imunossupressora foi realizada em 16 cães, utilizando-se prednisona isolada ou em combinação com azatioprina, sendo que 15 cães melhoraram total ou parcialmente e 1 cão foi submetido à eutanásia. Embora o teste de células LE não seja considerado o exame padrão ouro para o diagnóstico atualmente, a associação desse teste com sinais laboratoriais e clínicos foi importante para o diagnóstico. O sucesso no tratamento de cães com LES depende do reconhecimento de todas as apresentações possíveis da doença e da escolha correta dos exames complementares.

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