Revista Subjetividades (Apr 2024)

Angústia em Kierkegaard em Suas Diferentes Apropriações: Existencial-Humanista e Fenomenológico-Existencial

  • Maitê Sartori Vieira,
  • Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo,
  • Myriam Moreira Protasio

DOI
https://doi.org/10.5020/23590777.rs.v24i1.e12803
Journal volume & issue
Vol. 24, no. 1
pp. 1 – 14

Abstract

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Este estudo teórico tem como objetivo esclarecer se duas perspectivas em psicologia, denominadas existencial-humanista e fenomenológico-existencial, podem ser compreendidas em seus estudos e práticas como tendo o mesmo desenvolvimento e fundamento com relação ao tema angústia. Para tanto, primeiramente descrevemos a concepção de angústia, tal como desenvolvida por Sören A. Kierkegaard, para depois mostrarmos o modo como as duas perspectivas se apropriam do que o filósofo elaborou. Elegemos esse estudioso por sabermos que a angústia, tal como ele a compreende, tornou-se paradigmática em diferentes estudos sobre o psiquismo humano e foi amplamente discutida nessas duas perspectivas da Psicologia. A questão norteadora desse estudo foi saber se as divergências no modo de compreender o conceito de angústia por si só são suficientes para esclarecer se se tratam de duas perspectivas distintas. No sentido de buscar esclarecer essa questão, estudamos minuciosamente o conteúdo da obra O conceito de angústia de Sören A. Kierkegaard, realizamos uma pesquisa bibliográfica aos escritos de Rollo May, psicólogo expoente da abordagem existencial-humanista, que trata do tema em uma perspectiva da psicologia e da psicoterapia e, por fim, buscamos nos estudos de Feijoo e Protasio, que versam sobre a angústia na perspectiva fenomenológico-existencial, o modo como essas autoras se apropriam da concepção de angústia desenvolvida pelo filósofo. Vimos, em linhas gerais, que a angústia, tal como compreendida pela perspectiva existencial-humanista, divide-se em normal e patológica; já na compreensão fenomenológico-existencial, a angústia aponta para uma indeterminação originária que é o fundamento da liberdade. Concluímos, assim, que essas duas perspectivas divergem no que diz respeito à compreensão do conceito de angústia.

Keywords