Revista Brasileira de Cancerologia (Aug 2023)

Prevenção do Câncer Cérvico-Uterino: Rastreamento de 22.114 Pacientes Pela Citolociaexfoliativa e Pela Colposcopia

  • L. C. Mattosinho França ,
  • Geraldo Rodrigues de Lima

DOI
https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.1975v25n2.3883
Journal volume & issue
Vol. 25, no. 2

Abstract

Read online

Analisaram, os autores, o comportamento da citologia esfoliativa vaginal e da colposcopia no rastreamento do câncer uterino em 22.114 pacientes. Enfatiza-se, de início, que das pacientes estudadas, apenas 1.327 não se submeteram à colposcopia (6% de falha). Dividiu-se as pacientes em três grupos, assim chamados A, B e C, estando o grupo A subdividido em dois grupos, A1 e A2 O subgrupo A1 correspondeu às pacientes com citologia normal (21.629). Destas, 7.968 apresentaram alguma imagem colposcópica suspeita que motivou a feitura de biopsias, as quais, todavia, não desvelaram qualquer lesão pré-maligna ou maligna. O subgrupo A2 correspondeu à 34 pacientes (com citologia normal) que se submeteram à biopsia por indicação colposcópica e, o resultado anátomo-patológico, evidenciou lesões displásicas ou neoplásicas. O grupo B correspondeu a 420 pacientes com citologia anormal (classes III, IV ou V) e que, biopsadas, mostraram-se portadoras de lesões benignas (91) e malignas (211). Finalmente, o grupo C correspondeu a 31 pacientes com citologia negativa e que não se submeteram à colposcopia, porém tiveram diagnóstico histológico proveniente de biopsias ou curetagens indicadas, apenas, por dados clínicos. Dentre os três grupos, pôde-se diagnosticar 200 casos de tumores malignos (57 intraepiteliais e 106 invasivos), além de 67 displasias. Estudam, os autores, a incidência dos diversos tipos de tumores e a respectiva prevalência segundo as diversas faixas etárias. Até certo ponto, confirmam que as displasias, cronologicamente, precedem os carcinomas intra-epiteliais, assim como estes se comportam semelhantemente em relação aos invasivos. Verificaram maior incidência de citologias classe III nas pacientes mais jovens e, de classes IV e V nas mais idosas, acompanhando o comportamento das displasias, do carcinoma in situ e do invasor. Não encontraram relação entre tricomoníase e resultados citológicos falso-positivos. Por fim, asseguram que tanto a colpocitologia como a colposcopia fornecem resultados falso-positivos e falso-negativos, mas que ambos os métodos se completam quando se quer, efetivamente, rastrear pacientes no tocante às lesões pré-malignas ou malignas do cérvice.

Keywords