Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia (Nov 2024)
Perfil de utilização de antibióticos por pacientes internados em uti geral de hospital público de alta complexidade em cardiologia, em Salvador - BA
Abstract
Introdução: Os antimicrobianos (ATB) são utilizados para combater uma infecção estabelecida, com o intuito de eliminar o patógeno ou evitar o seu crescimento. A resistência aos ATB é um problema de saúde pública em todo o mundo e o custo de uma falha terapêutica por uma bactéria resistente tem se tornado cada dia maior. O objetivo deste trabalho foiidentificar o perfil de utilização de ATB em uma UTI de um hospital público da Bahia. MATERIAL E MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal, retrospectivo e descritivo, no qual as informações foram coletadas das prescrições e evoluções médicas registradas em prontuário eletrônico, considerando o período de outubro a dezembro de 2016. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Foram analisadas 45 prescrições eletrônicas, das quais 54% de pacientes do sexo feminino e 45% do sexo masculino. Referente aos diagnósticos analisados, 40% dos pacientes utilizaram antibiótico para sepse, 17% para ITR, ITU, Endocardite, infecção de corrente sanguínea ou osteomelite e 37% para outras infecções. Destes, 69% dos casos tiveram programação de antibiótico para 14 dias, 29% para 10 dias e os outros 2% distribuídos entre 7 dias, 4 semanas e outros. Do grupo de antibióticos utilizados no tratamento das infecções, a piperacilina + tazobactam foi a droga mais utilizada (54%), seguida da vancomicina (20%) e teicoplanina (17%). Das prescrições, 82% apresentaram solicitação de culturas. Destes, 76% das culturas foram realizadas previamente à Introdução: do antibiótico, 5% solicitaram após inicio do antibiótico e 19% não solicitaram. Das culturas solicitadas, 54% positivaram para algum patógeno, sendo que 32% dos pacientes apresentaram Staphyloccocussp., 22% apresentaram Klebisiella (ESBL) e/ou Escherichia coli, 10% Enteroccocus e 36%, outros. Quanto à sensibilidade, 50% das bactérias foram sensíveis ao antibiótico escolhido. No entanto, 60% dos esquemas foram alterados após resultado das culturas, destes 40% foram para inclusão de novos fármacos e 60% para troca de classe. Das trocas realizadas, 55% foram por falha terapêutica e 25% para ampliação de espectro, os outros 20% não houve registro do motivo da alteração. Conclusão: Este estudo apresentou grande quantidade de prescrições de antimicrobianos sem solicitação de culturas e alteração de esquema terapêutica sem justificativa prévia, o que evidencia a necessidade da existência de protocolos para uso de ATB e evidencia a importância farmacêutico, garantindo o uso racional de medicamentos.