Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais (Aug 2006)

Considerações ecológicas sobre o fitoplâncton da baía do Guajará e foz do rio Guamá (Pará, Brasil)

  • Rosildo Santos Paiva,
  • Enide Eskinazi-Leça,
  • José Zanon de Oliveira Passavante,
  • Maria da Glória Gonçalves da Silva-Cunha,
  • Nuno Filipe Alves Correia de Melo

DOI
https://doi.org/10.46357/bcnaturais.v1i2.748
Journal volume & issue
Vol. 1, no. 2
pp. 133 – 146

Abstract

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Estudos sobre a composição, biomassa e ecologia do fitoplâncton foram realizados bimestralmente, no período de dezembro de 1989 a outubro de 1990, na baía do Guajará, Pará, Brasil. A composição fitoplanctônica foi determinada a partir da análise de amostras de plâncton coletadas com rede de 65 μm de abertura de malha, arrastada horizontalmente à superfície. A biomassa foi calculada a partir da determinação da densidade fitoplanctônica (cel/l), segundo o método de Utermohl, e da determinação dos valores de clorofila ‘a’. Paralelamente foram realizadas medidas de salinidade, temperatura, transparência e pH da água. Qualitativamente o fitoplâncton da Baía do Guajará apresentou-se composto por 116 táxons específicos e infraespecíficos, sendo 1 cianofícea, 45 clorofíceas e 70 diatomáceas. Entre esta, destaca-se Polymyxus coronalis por ser considerada indicadora de águas salobras da região Amazônica. Quantitativamente, o fitoplâncton apresentou valores oscilando entre 790.000 cel/l e 4.790.000 cel/l, destacando-se os fitoflagelados por serem os organismos mais abundantes, seguidos das diatomáceas, cianofíceas e clorofíceas. Os teores de clorofila ‘a’ apresentaram variações entre 1,49 mg/m3 e 23,33 mg/m3. As águas da Baía do Guajará caracterizam-se pela estreita faixa de variação de salinidade, temperaturas elevadas, pequena transparência e pH geralmente ácido. A variação anual destes parâmetros está relacionada ao regime pluviométrico, que determina também os valores quantitativos do fitoplâncton.

Keywords