Arquivos de Ciências da Saúde (Apr 2023)

O contexto diagnóstico de indivíduos com autismo leve

  • Simone Secco da Rocha,
  • Ana Luiza Bossolani Martins,
  • Vanessa Figueiredo Corrêa,
  • Ana Carolina Carvalho Cardoso,
  • Marília Capuço Oliveira,
  • Agnes Cristina Fett-Conte

DOI
https://doi.org/10.17696/2318-3691.30.1.2023.177
Journal volume & issue
Vol. 30, no. 1

Abstract

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Introdução:A Síndrome de Asperger (AS)é um distúrbio do neuro desenvolvimento; parte do diagnóstico definido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), também considerado como autismo leve, segundo a nova classificação do Manual Estatístico e Diagnóstico de Doenças Mentais (DSM-5). Indivíduos com AS apresentam déficits sociais e comportamentos estereotipados. Objetivo: Investigar o contexto e trajetória do diagnóstico de AS, desde a idade de percepção dos sintomas, idade da primeira avaliação clínica, a hipótese diagnóstica que precedeu o diagnóstico conclusivo, período de tempo entre a percepção dos sintomas e o diagnóstico conclusivo, a especialidade do profissional que diagnosticou e as principais recomendações recebidas no diagnóstico. Casuística e Métodos: Quarenta e quatro indivíduos; 38 homens e seis mulheres foram investigados por meio de avaliação clínica e entrevista semiestruturada. Resultados: A idade da percepção de que havia algo de diferente variou de um a nove anos (média=3.2 anos), e os primeiros a percebê-lo foram os pais (57%), e os últimos foram os profissionais da saúde (7%). A primeira avaliação diagnóstica foi realizada entre um e 15 anos de idade. O diagnóstico inicial mais comum foi de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (34,1%) realizado na maioria parte pelo neurologista (54,5%). O tempo médio entre a percepção de que havia algo de diferente no desenvolvimento da criança e o diagnóstico de SA foi de 7,8 anos, realizado por psiquiatras na maioria dos casos (61,3%). As principais recomendações foram frequentar escola regular (68,1%), realizar psicoterapia (59%), usar medicação (56,8%), realizar Fonoterapia (38,6%) e avaliação genética (36,3%). Conclusão: Os resultados mostram que o contexto do diagnóstico de AS faz-se tardio; mesmo do fenótipo comportamental considerado mais brando é complexo. A maioria dos profissionais da saúde não está preparada o suficiente para detecção precoce de SA, o que também compromete a intervenção imediata, isto é, essencial nestes casos.

Keywords