Revista Brasileira de Anestesiologia (Apr 2007)

Espondilite anquilosante e anestesia Espondilitis anquilosante y anestesia Ankylosing spondylitis and anesthesia

  • Carlos Rogério Degrandi Oliveira

DOI
https://doi.org/10.1590/S0034-70942007000200011
Journal volume & issue
Vol. 57, no. 2
pp. 214 – 222

Abstract

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JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A espondilite anquilosante (EA) é uma doença inflamatória crônica das articulações, incluída no grupo das espondiloartropatias soronegativas. A característica principal dessa doença é a fusão óssea da coluna vertebral que leva à perda permanente da flexibilidade do dorso e do pescoço. Outras grandes articulações e tecidos conectivos poderão estar afetados pelo processo inflamatório. A EA acomete principalmente homens entre 20 e 40 anos; é rara após os 50 anos. As mulheres correspondem somente à minoria de pacientes. Há pouca informação sobre a EA na literatura anestésica. O objetivo deste artigo foi revisar aspectos da EA de interesse para o anestesiologista, permitindo um adequado manuseio perioperatório. CONTEÚDO: Estão definidas as características da espondilite anquilosante quanto à clínica e a conduta anestésica. CONCLUSÕES: Os pacientes com doenças crônicas da coluna vertebral apresentam desafios específicos para o anestesiologista. O manuseio da via aérea e o acesso ao neuroeixo poderão ser difíceis. Preferência tem sido dada à anestesia geral, mesmo com via aérea difícil reconhecida, evitando-se a anestesia no neuroeixo. O grau de envolvimento da coluna cervical determinará o quanto poderá ser difícil a intubação traqueal. Cuidado especial deve ser tomado para evitar a manipulação excessiva da coluna cervical, que poderia levar ao trauma da medula espinhal.JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: La espondilitis anquilosante (EA) es una enfermedad inflamatoria crónica de las articulaciones, incluida en el grupo de las espondiloartropatías soronegativas. La característica principal de esa enfermedad es la fusión ósea de la columna vertebral que conlleva a la pérdida permanente de la flexibilidad del dorso y del cuello. Otras grandes articulaciones y tejidos conectivos podrán estar afectados por el proceso inflamatorio. La EA acomete principalmente a hombres entre los 20 y 40 años; es rara después de los 50 años. Las mujeres corresponden solamente a la minoría de pacientes. Existe poca información sobre la EA en la literatura anestésica. El objetivo de este artículo fue revisar aspectos de la EA de interés para el anestesiólogo, permitiendo un adecuado manoseo perioperatorio. CONTENIDO: Están definidas las características de la espondilitis anquilosante en cuanto a la clínica y la conducta anestésica. CONCLUSIONES: Los pacientes con enfermedades crónicas de la columna vertebral presentan desafíos específicos para el anestesiólogo. El manoseo de la vía aérea y el acceso al neuro-eje podrán ser difíciles. La preferencia ha sido dada a la anestesia general, incluso con la vía aérea de difícil acceso, evitando la anestesia en el neuro-eje. El grado de involucración de la columna cervical determinará cuanto podrá ser difícil la intubación traqueal. Un cuidado especial debe tenerse para evitar la manipulación excesiva de la columna cervical, lo que podría conllevar al trauma de la médula espinal.BACKGROUND AND OBJECTIVES: Ankylosing spondylitis (AS) is a chronic inflammatory disease of the joints, included in the group of seronegative spondyloarthropathies. Its main characteristic is the fusion of the bones in the spine, which causes loss of flexibility of the back and neck. Other large articulations and connective tissues can be affected by the inflammatory process. It affects mainly men between the ages of 20 and 40; it is rare after the age of 50. Women represent a minority of patients. There is little information about AS in the anesthetic literature. The objective of this article was to review the characteristics of AS pertaining anesthesiology for an adequate perioperative handling. CONTENTS: The clinical characteristics of ankylosing spondylitis pertaining to the anesthetic conduct are reviewed. CONCLUSIONS: Patients with chronic diseases of the spine represent specific challenges to the anesthesiologist. Handling of the airways and the access to the neuroaxis can be difficult. Most anesthesiologists prefer to use general anesthesia, avoiding the neuroaxis, in those patients, despite the presence of difficult airways. The degree of spine involvement will determine how difficult the tracheal intubation might be. Special care should be taken to avoid excessive manipulation of the neck, which could cause trauma to the spinal cord.

Keywords