Revista Geographia (Jul 2021)

O URBANISMO COMO ECONOMIA POLÍTICA DO/NO ESPAÇO: REFLEXÕES A PARTIR DO PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO DE BELO HORIZONTE

  • Thiago Andrade Santos

DOI
https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2021.v23i51.a14337
Journal volume & issue
Vol. 23, no. 51

Abstract

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Este estudo discute o processo de produção do espaço de Belo Horizonte, tendo como fio condutor a análise da ação conjunta entre Estado e capital. Mostra-se, a partir do caso prático de Belo Horizonte, que, no processo de modernização e metropolização contemporâneos, a espoliação dos mais pobres continua a ocorrer. Nesse processo, o urbanismo, travestido de planejamento urbano e regional, planejamento estratégico etc., assume seu papel de saber político vinculado às necessidades do capital, organizando o espaço em função dos interesses deste último. A valorização do solo urbano acontece com o auxílio das intervenções do Estado via instrumentos de planejamento urbano previstos na própria legislação urbanística brasileira. Há a elevação do preço da terra e dos serviços, o que tende a dificultar o acesso dos trabalhadores de baixa renda, sendo a renda fundiária oriunda desses processos apropriada pelo capital rentista. Considerando as características da urbanização na porção norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte no passado em comparação com o momento atual, verifica-se que, embora o capitalismo venha se trasformando ao longo do último século, se adaptando às suas crises, a sua essência permanece a mesma, bem como a essência da urbanização que produz. Observa-se como desdobramento direto uma nova rodada de gentrificação do espaço e do consequente processo de periferização por conta da ampliação da capitalização do solo urbano da metrópole.

Keywords