Archivos Latinoamericanos de Nutrición (Mar 2008)
Short stature and food habits as determining factors for the low productivity of sugarcane labourers in the State of Alagoas, north-eastern Brazil Baixa estatura e hábitos alimentares como fatores determinantes de baixa produtividade em cortadores de cana do Estado de Alagoas, Nordeste do Brasil
Abstract
Undernutrition, especially in the prenatal period and/ or until 5 years of age, can cause stunting. Adults with short stature resultant from this process show a series of functional deficits, amongst which is a reduced capacity to do physical work. The aim of this investigation was to evaluate the dietary pattern, nutritional status and stature of sugarcane cutters, and to determine possible associations with worker productivity. Sixty-two male sugarcane cutters (18-50 y) were selected randomly from a population of 600 workers from a plantation in Alagoas (Brazil), and classified as underweight, normal weight or overweight according to BMI (BMI = 21.5, 21.5 to = 25 and >25 kg/m2, respectively). Body fat composition (%) was estimated by electrical bioimpedance and dietary intake by the direct weighing of food consumed. Whilst the average productivity was 8.13 ton/day, labourers with normal BMI values were more productive (9.12 ton/dia) and ingested significantly (pA desnutrição, especialmente durante o período pré-natal e/ou até os 5 anos de idade, pode causar déficit estatural. Adultos com baixa estatura resultante desse processo revelam uma série de deficiências funcionais, tal como uma menor capacidade para realizar trabalho físico. O objetivo deste estudo foi avaliar o padrão dietético, o estado nutricional e a estaturam de cortadores de cana e investigar possíveis associações com a produtividade desses trabalhadores. Sessenta e dois homens (18-50 anos) foram sorteados a partir de uma população de 600 trabalhadores de um canavial de Alagoas (Brasil) e classificados pelo Índice de Massa Corporal (IMC, kg/m²) nas categorias baixo peso (= 21,5), normal (21,5 a = 25) ou sobrepeso (> 25). A proporção de gordura corporal (G%) foi estimada por bioimpedância elétrica e a ingestão dietética por pesagem direta dos alimentos. A produtividade média foi 8,13 toneladas/dia (t/dia). Os trabalhadores com IMC normal foram os mais produtivos (9,12 t/dia) e apresentaram maior (p <0,05) ingestão energética (16506,4 KJ/dia) relativamente àqueles com baixo peso (7,48 ± 1,5 t/dia; 12380,7 ± 4184,1 KJ/dia) ou com sobrepeso (9,12 ± 1,5 t/ dia; 16506,4 ± 6360,0 KJ/dia). Houve associações (ñ <0,05) entre a produtividade, estatura, ingestão calórica e a idade. Os indivíduos mais altos (= 170 cm) tiveram maior produtividade e apresentaram tendência para uma maior ingestão energética, enquanto aqueles de menor estatura (= 160 cm), tiveram produtividade significativamente menor, ingeriram relativamente a mesma quantidade de energia e tenderam a ter maior acúmulo de gordura corporal. A análise de regressão múltipla identificou a estatura como a variável que mais fortemente associou-se com a produtividade, independentemente da idade e G%. A produtividade dos indivíduos mais altos foi 1,87 t/dia superior à dos indivíduos mais baixos. Esses resultados ressaltam a importância de uma boa condição nutricional ao longo da vida a fim de garantir a esses trabalhadores o pleno desenvolvimento de sua capacidade de trabalho.