Revista Brasileira de Saúde Ocupacional ()

Maquinistas ferroviários: trabalho em turnos e repercussões na saúde

  • Fernanda Veruska Narciso,
  • Cristiane Westin Teixeira,
  • Luciana Oliveira e Silva,
  • Renata Guedes Koyama,
  • Adriana Neves da Silva Carvalho,
  • Andrea Maculano Esteves,
  • Sérgio Tufik,
  • Marco Túlio de Mello

DOI
https://doi.org/10.1590/0303-7657000084113
Journal volume & issue
Vol. 39, no. 130
pp. 198 – 209

Abstract

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Objetivo descrever o impacto do trabalho em turnos na saúde, no sono e na qualidade de vida de maquinistas ferroviários. Métodos foram avaliados 611 maquinistas (escalas de trabalho 4 x 1 e 6 x 2), por meio de polissonografia, Índice da Qualidade do Sono de Pittsburgh, Índice de Gravidade de Insônia, Questionário de Qualidade de Vida SF-36, Questionário de Horne e Östberg, Capacidade de Trabalho e Escala de Sonolência de Epworth. Resultados os maquinistas apresentaram idade média de 36,6 ± 15,1 anos, 22% apresentaram obesidade e 38,1% risco para doenças cardiovasculares. Em relação ao sono, 64,2% dos maquinistas relataram qualidade ruim de sono, 11,6% apresentaram distúrbios do sono e 29,3% sonolência excessiva. Os resultados da polissonografia mostraram que 36,1% deles apresentaram apneia do sono e 47,2% demonstraram eficiência do sono reduzida. Além disso, os maquinistas apresentaram baixos índices de qualidade de vida, especialmente os da escala 4 x 1. Conclusão é possível afirmar, na população estudada, que a exposição ao trabalho em turnos, a rotatividade inversa, pouco tempo dispensado às folgas e horas extras de trabalho estão associados a danos ao bem-estar, saúde, sociabilização e ao sono de qualidade desses trabalhadores e que provavelmente os fatores relacionados aos turnos de trabalho contribuem para esses danos.

Keywords