Domínios de Lingu@gem (Oct 2024)

Read fast and effectively!

  • Maria Clara Pimenta Camelo dos Santos,
  • Diogo Oliveira Ramires Pinheiro

DOI
https://doi.org/10.14393/DLv18a2024-45
Journal volume & issue
Vol. 18
pp. e1845 – e1845

Abstract

Read online

O português brasileiro apresenta pelo menos duas construções distintas de modificação verbal: a Construção de Advérbio Canônico (CAC; por exemplo, Pedro falou rapidamente), e a Construção de Adjetivo Adverbial (CAA; por exemplo, Pedro falou rápido). Virgínio et al. (2021) defende a existência de uma diferença discursivo-pragmática entre os dois padrões; argumenta-se que a CAA, mas não a CAC, exige que o modificador verbal seja o elemento mais informativo (foco primário) do enunciado. Neste artigo verifica-se se essa mesma restrição atua no sentido de reduzir a produtividade da CAA do inglês norte-americano (evidenciada em usos como speak slow, por exemplo). Para isso, foi desenvolvido um experimento offline de julgamento de aceitabilidade no qual 28 falantes nativos do inglês norte-americano julgaram sentenças com adjetivos adverbiais (AAs) e sentenças com advérbios canônicos em quatro condições, baseadas em uma combinação de frequência e foco. Os resultados comprovaram que existe diferença significativa na aceitabilidade de enunciados contendo AAs nas condições de foco primário e não-primário (p = 0.003), fornecendo evidências em favor da hipótese de que a CAC do inglês norte-americano também é sensível a fatores discursivo-pragmáticos. No entanto, foi constatado efeito significativo de foco com advérbios canônicos (p = 0.037). Apesar dessa afinidade discursivo-pragmática entre os dois tipos de modificadores verbais, o cálculo de intensidade do efeito apontou efeito moderado de foco para AAs e efeito fraco para advérbios canônicos. No artigo, faz-se uma proposta sistemática de representação da rede construcional da modificação verbal do inglês norte-americano com base nos resultados experimentais obtidos.

Keywords