Revista de História (Mar 1961)

Fidalgos portugueses e bailadeiras indianas (Séculos XVII e XVIII)

  • Charles Ralph Boxer

DOI
https://doi.org/10.11606/issn.2316-9141.rh.1961.120193
Journal volume & issue
Vol. 22, no. 45

Abstract

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"A raça portuguesa", escrevia o preclaro investigador que foi Sousa Viterbo, "é tida e havida como uma das que mais fa-cilmente se acclimam, das que mais facilmente fraternizam com as raças indígenas, qualquer que seja a sua procedéncia . Na Africa, na Asia, na América, na Oceania, o cruzamento ef-fectua-se sem obstáculo. Affonso d'Albuquerque, querendo fir-mar pé no Oriente, repartiu pelos seus soldados as captivas de Goa, e foi um dia de júbilo, um dia de festa pagã, aquelle em que se effectuou o consórcio. Esta facilidade, se é por um lado um incentivo para a colonização, é por outro lado de certo um grave defeito, porque tende a neutralizar, a apagar, as qua-lidades superiores de raça dominante. Nisto se distinguem e muito os ingleses, que em toda a parte se extremam, conser-vando-se a distáncia das raças nativas. As alianças sam pouco vulgares, e dominadores e dominados guardam entre si as mes-mas reservas, que as differentes castas na India".

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