Hematology, Transfusion and Cell Therapy (Oct 2024)

PERFIL DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO (UBERABA-MG)

  • BS Paula,
  • SMQ Castro,
  • MMD Moura,
  • SCSV Tanaka,
  • ACDM Carneiro,
  • ACCH Cunha,
  • HM Souza,
  • LR Oliveira,
  • FB Vito

Journal volume & issue
Vol. 46
pp. S488 – S489

Abstract

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Objetivos: Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) em acompanhamento no serviço de Hematologia e Hemoterapia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), em Uberaba-MG. Material e métodos: Foram analisados prontuários de 57 pacientes com LMC em acompanhamento no serviço de hematologia e hemoterapia do HC-UFTM entre 2017 e 2024. Dados como gênero, idade ao diagnóstico, fase clínica da doença ao diagnóstico e no ano de 2024, presença de transcritos p210 e p190, realização de pré-tratamento, linha de tratamento com fármacos inibidores de tirosinoquinase (iTKI) e duração de acompanhamento foram coletados. Resultados: Notou-se que 57,9% dos pacientes eram do gênero masculino. O tempo médio de acompanhamento dos pacientes é de 7 anos. Ao diagnóstico, possuíam mediana de idade de 58 anos, mínimo de 16 e máximo de 76; 92,98% foram diagnosticados na fase crônica da doença; 87,72% com transcritos p210 e 50,88% realizaram pré-tratamento com hidroxiureia. Em 2024, 56,1% dos pacientes foram classificados em fase crônica da doença, enquanto 38,6% nas fases aceleradas ou agudizada e em 5,3% a fase clínica não foi registrada. O tratamento de primeira linha (imatinibe) foi feito em 61,4% dos pacientes. As drogas de segunda linha (dasatinibe e nilotinibe) foram utilizadas por 38,6% deles. Discussão: No presente estudo, houve predomínio de LMC em indivíduos masculinos, o que vai ao encontro de dados da literatura. Quanto à fase clínica ao diagnóstico, a maioria foi classificada em fase crônica, dados semelhantes foram demonstrados em estudos realizados nos EUA e Canadá. As oncoproteínas BCR:ABL p210 e p190 são responsáveis pela ativação da via de tirosina-quinase deflagrando intensa proliferação celular. A quantificação de seus transcritos permite acompanhar a resposta da doença aos medicamentos. Os achados do presente estudo são concordantes com os descritos em recente revisão de literatura, que demonstrou maior frequência de p210 entre indivíduos com LMC. Os iTKI atuam como terapia-alvo inibindo a via da tirosina-quinase e consequente redução de mortalidade quando comparado com hidroxiureia. Tais drogas, em pacientes aderentes ao tratamento, conseguem promover expectativa de vida similar à da população geral. A maior parte dos pacientes deste estudo faz uso do imatinibe, iTKI de 1ª geração, responsável pela mudança da história natural da LMC, conforme demonstrado em estudos prévios. Conclusão: O trabalho conclui que os pacientes com LMC atendidos no HC-UFTM são predominantemente homens, em fase crônica ao diagnóstico, com predominância de transcritos p210 e em uso majoritário de iTKI de primeira linha ao longo dos anos de acompanhamento.