Revista Espaço Acadêmico (Feb 2019)

Globalização e ultra imperialismo

  • Luiz Alberto Moniz Bandeira

Journal volume & issue
Vol. 2, no. 23

Abstract

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Apesar das diferenças qualitativas, devido às mutações quantitativas determinadas, ao longo da história, pelo progresso científico e tecnológico, o que se denominou de globalização da economia, nos anos 90 do século XX, começou, a rigor, com as viagens de circunavegação, muitas das quais foram financiadas, no final do século XV, por banqueiros florentinos, entre os quais Bartholomeu Marchioni, Girolamo Frescobaldi, Lucas Geraldi, Giovanni Battista Rovelasca Filippo Gualterotti, agente de Giovanni Francesco de Allfaiati (Flandres) e Girolamo Sernigi, o que financiara a expedição de Pedro Álvares Cabral à Índia, quando ela derivou para o ocidente e alcançou a costa do Brasil, em 1500. Banqueiros e mercadores alemães também participaram desses empreendimentos. Simon Seitz, Antonio Welser e Conrad Vöhlin, em 1503, receberam licença de Dom Manuel I, rei de Portugal, para estabelecer suas casas comerciais em Lisboa e promover seus negócios sob as mais liberais condições. Os recursos financeiros da casa comercial da família Fugger, de Augsburg (Alemanha), que se tornara credora dos reis de Portugal e Espanha, contribuíram para as expedições de Cristóvão de Haro ao Rio da Prata, em 1514, e de Fray Garcia Jofre de Loaisa a Maluco (Molucas), em 1525. Esses banqueiros florentinos a classe mercantil, cujo núcleo, em Portugal, era fundamentalmente de extração judaica, ganhava então enormes fortunas e adquirira superioridade nos negócios, devido à rapidez com que fazia circular os fundos obtidos com as letras de câmbio e à capacidade de transferir com presteza, aproveitando a instalação, no século XVI, das ligações postais ordinárias, grandes créditos de Lisboa para Sevilha, Madrid, Antwerp, Flandres, Lyon, Gênova e Burgos.